A terceira edição da Expocanas, maior evento de bioenergia de Mato Grosso do Sul, foi aberta em 25 de março de 2025, em Nova Alvorada do Sul, trazendo anúncios significativos para o setor sucroenergético. Durante a feira, que se estende até 27 de março, o governo estadual e a iniciativa privada divulgaram um aumento projetado de 11% na produção de etanol, alcançando 4,7 bilhões de litros, e de 30% na produção de açúcar, totalizando 2,6 milhões de toneladas para a safra 2025/2026. Além disso, a Atvos, uma das principais usinas do estado, anunciou a construção da maior planta de biometano com origem em vinhaça do mundo, com um investimento de R$ 350 milhões, reforçando a posição de Mato Grosso do Sul como líder em energia limpa.
O evento, organizado pela Sulcanas com apoio da Biosul e do Governo do Estado, reuniu o governador Eduardo Riedel, secretários estaduais, parlamentares e lideranças do setor. Riedel celebrou os números da safra 2024/2025, que atingiu 4,2 bilhões de litros de etanol — 37% provenientes do milho —, e destacou o investimento da Atvos como um sinal de confiança no ambiente econômico local. “Temos construído um ambiente que gera confiança aos investidores”, afirmou, entregando a licença de instalação da nova planta ao executivo da Atvos, Bruno Serapião, ao lado do secretário Jaime Verruck, da Semadesc.
A Expocanas, realizada em uma área de 180 mil metros quadrados às margens da BR-163, conta com mais de 120 expositores e espera atrair 8 mil visitantes diários. O presidente da Biosul, Amaury Pekelman, projetou que Mato Grosso do Sul pode se tornar o segundo maior produtor de etanol do Brasil em duas safras, graças ao foco em tecnologias como o biometano e à certificação de todas as 22 usinas do estado no RenovaBio, que evitou a emissão de 13,7 milhões de toneladas de CO2 entre 2020 e 2024. O setor, que emprega 30 mil pessoas diretamente e ocupa 800 mil hectares de cana em 42 municípios, responde por 17% do PIB industrial estadual.
A nova planta de biometano em Nova Alvorada do Sul, que processará resíduos da cana-de-açúcar, alinha-se ao objetivo estadual de descarbonização, enquanto a feira reforça o papel de Mato Grosso do Sul na transição energética nacional, exibindo inovações em máquinas agrícolas e práticas sustentáveis.