A Polícia Civil de Mato Grosso do Sul deflagrou, em 25 de março de 2025, uma operação que desarticulou uma organização criminosa especializada na fabricação de placas veiculares falsas em Campo Grande. A ação, conduzida pela Delegacia Especializada de Repressão ao Furto e Roubo de Veículos (Defurv), resultou na prisão de quatro suspeitos e na apreensão de 300 quilos de maconha, evidenciando a conexão do esquema com o tráfico de drogas na região de fronteira.
A investigação, que durou cerca de um ano e meio, revelou que a empresa, localizada no bairro Monte Líbano, operava com credenciamento oficial do Detran-MS, mas adulterava placas para veículos roubados ou furtados. As placas eram produzidas com QR Codes raspados, permitindo que carros e motos circulassem sem serem identificados pelos sistemas de fiscalização. O delegado adjunto da Defurv, Guilherme Sarian, estima que mais de 500 placas falsas tenham sido confeccionadas nesse período, muitas usadas para transportar entorpecentes até a fronteira com o Paraguai.
Durante a operação, foram cumpridos seis mandados de busca e apreensão e quatro de prisão preventiva em Campo Grande e Balneário Camboriú, Santa Catarina. O proprietário da empresa, um jovem de 22 anos, foi preso em Santa Catarina, enquanto outras duas pessoas foram detidas por mandado judicial e uma em flagrante por tráfico de drogas, devido à descoberta da maconha em um dos endereços investigados. Além da droga, a polícia apreendeu materiais usados na produção das placas, como impressoras e blanks (placas em branco).
O esquema começou a ser investigado após um aumento nas apreensões de veículos com placas aparentemente regulares, mas com QR Codes danificados, desde 2022. Sarian alertou que muitos desses veículos eram revendidos a preços abaixo do mercado, enganando compradores desavisados em plataformas como WhatsApp e Facebook. Os suspeitos responderão por organização criminosa, adulteração de veículo e tráfico de drogas, e o Detran-MS foi notificado para avaliar o descredenciamento da empresa.