O governo da Hungria anunciou, em 17 de março de 2025, a doação de 4,6 milhões de euros para apoiar comunidades cristãs na Síria, uma iniciativa liderada pelo secretário de Estado para a Ajuda aos Cristãos Perseguidos, Tristan Azbej. O montante será destinado a missões sociais cristãs, programas humanitários e à construção de uma escola síria ortodoxa e de um centro comunitário religioso no país. O anúncio foi feito em Bruxelas, às vésperas de uma conferência internacional sobre o futuro da Síria, destacando a postura húngara de promover a estabilidade regional e facilitar o retorno de refugiados sírios.
A doação faz parte do programa “Hungary Helps”, lançado em 2017 pelo governo de Viktor Orbán, que prioriza o auxílio a cristãos perseguidos ao redor do mundo, especialmente no Oriente Médio. Azbej enfatizou que o objetivo é fortalecer as condições para que os sírios permaneçam ou retornem à sua terra natal, reduzindo a pressão migratória sobre a Europa. “Para a estabilidade da Síria, devemos fazer tudo o que pudermos em termos de política e diplomacia”, declarou ele, reforçando a importância de proteger os direitos das minorias religiosas, incluindo os cristãos, que representavam cerca de 10% da população síria antes da guerra civil iniciada em 2011.
A Síria, que já teve uma comunidade cristã de aproximadamente 2,3 milhões de pessoas, viu esse número cair drasticamente para menos de 1 milhão devido ao conflito, que deixou mais de 500 mil mortos e deslocou 6,8 milhões de pessoas, segundo dados da ONU. Nos últimos anos, a Hungria já investiu cerca de 28 milhões de euros em apoio aos cristãos sírios por meio de instituições religiosas, incluindo a reconstrução de escolas e igrejas. A nova contribuição de 4,6 milhões de euros também inclui assistência aos países vizinhos, como o Líbano, que abriga quase 2 milhões de refugiados sírios, para aliviar o fardo humanitário na região.
A iniciativa ocorre em um momento delicado, com relatos de violência renovada na Síria após a queda do regime de Bashar al-Assad em dezembro de 2024. Apesar das esperanças iniciais de que o novo governo interino, liderado pelo grupo Hayat Tahrir al-Sham, protegesse as minorias, ataques contra cristãos e outras comunidades, como os alauítas, persistem. A Hungria, que se posiciona como uma nação “pró-paz e antimigração”, espera que sua ajuda humanitária sirva de exemplo para outros países ocidentais, incentivando uma abordagem que priorize a assistência local em vez da absorção de migrantes.