O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, intensificou sua retórica contra indivíduos que vandalizam propriedades da Tesla, empresa liderada por seu aliado Elon Musk, propondo penas severas e até o envio dos acusados para prisões em El Salvador. Em declarações feitas em 20 de março de 2025, Trump sugeriu que aqueles condenados por ataques contra veículos e instalações da Tesla poderiam enfrentar até 20 anos de prisão, servindo suas sentenças no Centro de Confinamento do Terrorismo (CECOT), uma mega-prisão salvadorenha conhecida por suas condições rígidas. A proposta veio após o Departamento de Justiça dos EUA acusar três pessoas por atos classificados como “terrorismo doméstico” contra a empresa.
Os incidentes envolvem ataques com coquetéis molotov e vandalismo em concessionárias e estações de carregamento da Tesla em cidades como Salem, Oregon; Loveland, Colorado; e North Charleston, Carolina do Sul. Adam Lansky, de 32 anos, foi acusado em Oregon por posse ilegal de um dispositivo destrutivo após arremessar explosivos em uma revendedora. Lucy Grace Nelson, de 42 anos, enfrentou acusações em Colorado por tentativa de destruição maliciosa de propriedade com materiais incendiários. Já Daniel Clarke-Pounder, de 24 anos, foi detido na Carolina do Sul por incendiar estações de carregamento após pintar mensagens como “Fora Trump” e “Viva a Ucrânia”. Cada um pode pegar entre 5 e 20 anos de prisão, segundo o Departamento de Justiça.
Trump expressou apoio à repressão em postagens nas redes sociais, afirmando estar “ansioso para ver esses terroristas doentes receberem sentenças de 20 anos pelo que estão fazendo a Elon Musk e à Tesla”. Ele também mencionou a possibilidade de transferi-los para El Salvador, onde o presidente Nayib Bukele tem adotado políticas duras contra criminosos, incluindo a construção do CECOT, que abriga dezenas de milhares de detentos em condições amplamente criticadas por organizações de direitos humanos. A sugestão reflete uma relação recente entre os dois países, após os EUA deportarem mais de 200 supostos membros de gangues venezuelanas para o CECOT em março de 2025, pagando 6 milhões de dólares ao governo salvadorenho.
A procuradora-geral dos EUA, Pamela Bondi, reforçou a postura do governo, descrevendo os ataques como “nada menos que terrorismo doméstico” e prometendo aplicar todo o rigor da lei. Os incidentes parecem estar ligados a protestos contra o papel de Musk no governo Trump, especialmente como chefe do Departamento de Eficiência Governamental (DOGE), que promove cortes drásticos em gastos federais.