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Refém Libertado Expõe Horrores do Cativeiro do Hamas em Discurso na ONU

Um ex-refém libertado pelo Hamas, identificado como Eli Sharabi, fez um relato impactante durante uma sessão do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) em 20 de março de 2025. Sharabi, que passou 491 dias em cativeiro na Faixa de Gaza, descreveu as condições desumanas a que foi submetido após ser sequestrado em 7 de outubro de 2023, durante o ataque do grupo ao sul de Israel. Suas palavras expõem um cenário de sofrimento extremo e levantam sérias questões sobre o desvio de ajuda humanitária na região.

Segundo Sharabi, ele foi mantido no subsolo, em uma rede de túneis que descreveu como “túneis de terror”. Durante seu cativeiro, foi acorrentado, privado de comida suficiente, espancado e submetido a humilhações constantes. “Fui arrancado da minha família, para nunca mais vê-los”, afirmou, referindo-se ao ataque que matou sua esposa e duas filhas no kibutz Beeri. Ele destacou a desnutrição severa que enfrentou, recebendo apenas restos de comida, como um pão pita podre a cada vários dias, enquanto seus captores consumiam refeições completas diante dele e de outros reféns.

O ex-refém também denunciou o que chamou de apropriação indevida de recursos pela organização palestina. “Eles comiam as refeições fornecidas pela ajuda humanitária na nossa frente e nunca recebemos nada. O Hamas se alimenta como rei enquanto os reféns passam fome. O Hamas rouba civis”, declarou Sharabi. Ele alegou que caixas com logotipos da ONU e da UNRWA (Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados Palestinianos) eram levadas aos túneis, sugerindo que a assistência destinada à população de Gaza estava sendo desviada para sustentar os militantes.

O depoimento de Sharabi não é isolado. Relatos de outros reféns libertados corroboram condições semelhantes, incluindo tortura física e psicológica, falta de cuidados médicos e acesso restrito a alimentos. A guerra entre Israel e Hamas, desencadeada pelo ataque de 7 de outubro que matou cerca de 1.200 pessoas e sequestrou mais de 250, já resultou em mais de 48 mil mortes em Gaza, segundo o Ministério da Saúde local, controlado pelo Hamas. Após um cessar-fogo firmado em 2025, mediado por Estados Unidos, Catar e Egito, 33 reféns israelenses foram libertados em troca de quase 2 mil prisioneiros palestinos.

A denúncia de Sharabi sobre o uso de ajuda humanitária pelo Hamas ecoa acusações feitas por Israel, que há anos critica a UNRWA por supostos vínculos com o grupo. Em janeiro de 2024, uma investigação da ONU foi iniciada após alegações de que funcionários da agência estavam envolvidos nos ataques de 2023, levando à suspensão temporária de fundos por países como Estados Unidos e Reino Unido. O Hamas, por sua vez, nega as acusações e afirma que os recursos são usados para atender às necessidades da população em meio à crise humanitária.

O discurso de Sharabi na ONU reforça a pressão sobre a comunidade internacional para investigar o destino da ajuda enviada a Gaza e garantir a libertação dos reféns remanescentes — estimados em cerca de 76, dos quais muitos podem estar mortos. Enquanto isso, as cicatrizes físicas e emocionais dos sobreviventes, como Sharabi, evidenciam o custo humano de um conflito que continua a desafiar esforços de paz.

Gustavo De Oliveira

Escritor

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