Desde o dia 19 de março de 2025, unidades prisionais de Mato Grosso do Sul estão sendo submetidas a inspeções minuciosas como parte da sétima fase da Operação Mute, uma iniciativa nacional coordenada pela Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen), vinculada ao Ministério da Justiça e Segurança Pública. A ação, que se estende até esta sexta-feira, 21 de março, tem como foco principal interromper a comunicação entre organizações criminosas dentro dos presídios, um esforço que busca enfraquecer o crime organizado e reduzir os índices de violência nas ruas. Em Mato Grosso do Sul, as vistorias são conduzidas pela Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen), com o suporte da Gerência de Inteligência do Sistema Penitenciário (Gisp) e da Diretoria de Operações (DOP).
A Operação Mute, cujo nome remete à ideia de “silenciar” as comunicações ilícitas, concentra-se na apreensão de celulares e outros dispositivos proibidos usados por detentos para coordenar atividades criminosas fora das grades. Em suas seis fases anteriores, a iniciativa já resultou na retirada de aproximadamente 6 mil aparelhos em mais de 500 unidades prisionais pelo Brasil, mobilizando cerca de 20 mil policiais penais. Em Mato Grosso do Sul, a ação conta com a participação do Comando de Operações Penitenciárias (COPE), responsável pela segurança e contenção durante as revistas, além de um representante da Senappen que supervisiona os trabalhos localmente.
O diretor-presidente da Agepen, Rodrigo Rossi Maiorchini, destacou a importância da operação para a segurança pública. “A retirada desses aparelhos é essencial para quebrar as conexões que sustentam o crime organizado, protegendo a sociedade e reforçando a ordem dentro das unidades”, afirmou. Além das apreensões, a operação também prevê melhorias estruturais, como o telamento superior dos presídios, medida planejada para impedir a entrada de objetos ilícitos por arremessos ou drones, um problema recorrente no sistema prisional. Em 2024, durante a sexta fase, a Agepen vistoriou quatro unidades em Campo Grande, transferindo 29 internos e inspecionando 32 celas, o que demonstra a intensidade do trabalho realizado no estado.
A sétima fase da Operação Mute ocorre em um contexto de esforço contínuo das autoridades para modernizar o controle penitenciário. Em Mato Grosso do Sul, a combinação de vistorias regulares, tecnologia na revista de visitantes e punição a casos de corrupção interna tem sido apontada como um modelo de gestão que busca resultados duradouros. Os dados consolidados desta etapa serão divulgados pela Senappen ao fim da operação, mas a expectativa é que o número de celulares apreendidos em todo o país supere os registros anteriores, consolidando a Mute como uma das principais estratégias contra o crime organizado no sistema prisional brasileiro.