O presidente de El Salvador, Nayib Bukele, voltou a causar polêmica ao criticar a estratégia de segurança do México em um comentário feito na quinta-feira, 20 de março de 2025, em sua conta no X. Respondendo a um usuário que questionava comparações entre os dois países, Bukele afirmou: “Quando uma organização criminosa cresce sem controle e toma territórios inteiros como o México, é porque tem aliados no poder. A mensagem deles é direta e forte: se um governo não consegue erradicar o crime, é porque o crime já está dentro do governo!” Ele sugeriu que os cartéis mexicanos só mantêm tal domínio devido a uma suposta infiltração no aparato estatal, aconselhando o país a “resolver a segurança em um estado primeiro, depois no seguinte, até abarcar todos os 28 estados”.
A crítica de Bukele reflete sua visão de que o sucesso de sua política de “tolerância zero” contra gangues em El Salvador — que reduziu a taxa de homicídios de 106 por 100 mil habitantes em 2015 para 7,8 em 2023, segundo dados oficiais — poderia ser replicado em nações maiores, como o México. Desde 2019, ele implementou um regime de exceção que já prendeu mais de 86 mil pessoas, muitas sem julgamento, e construiu o Centro de Confinamento do Terrorismo (Cecot), uma megaprisão para 40 mil detentos. Essa abordagem lhe rendeu uma aprovação de 88% entre os salvadorenhos.
Apoiadores de Bukele nas redes sociais elogiaram sua franqueza, vendo-a como um chamado à ação contra a impunidade. O embate sublinha as diferenças entre os contextos nacionais e reacende o debate sobre os limites de políticas de “mão dura” na América Latina.