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Arquivos do JFK São Finalmente Liberados, Revelando Detalhes Inéditos Sobre o Assassinato

Após décadas de espera, os arquivos relacionados ao assassinato de John F. Kennedy (JFK) foram liberados ao público em 18 de março de 2025, sob a Lei de Registros do Assassinato de John F. Kennedy de 1992. O Arquivo Nacional dos Estados Unidos disponibilizou cerca de 80.000 documentos, muitos dos quais contêm informações antes classificadas como secretas, lançando uma nova luz sobre os eventos que cercaram o assassinato de JFK em 22 de novembro de 1963, em Dallas, Texas. Embora a narrativa oficial sustente que Lee Harvey Oswald agiu sozinho ao matar o presidente, os documentos recém-revelados trazem detalhes que desafiam essa versão, sugerindo a possibilidade de envolvimento de outros atores e operações clandestinas.

Entre os documentos analisados, um dos mais intrigantes é o arquivo 104-10078-10014, uma mensagem classificada da CIA datada de 14 de dezembro de 1963, menos de um mês após o assassinato. O documento detalha os planos de viagem de um agente chamado Alexander Shatton para São Paulo, Brasil, onde ele deveria chegar em 20 de dezembro para atividades de “briefing e treinamento” relacionadas a uma operação codinome “BETIDE”. A menção a “BETIDE” é particularmente surpreendente, pois não há registros públicos claros sobre o que essa operação envolvia, mas o timing tão próximo ao assassinato levanta questões sobre possíveis conexões entre atividades da CIA na América Latina e os eventos em Dallas.

Outro documento que chama atenção é o 124-90041-10023, datado de 26 de outubro de 1959, que descreve atividades de grupos anticastristas em Cuba. Ele menciona Reinaldo Blanco Navarro, líder de uma organização chamada Legión Democrática Cubana (LDC), que planejava sabotagens e assassinatos usando armas e dinamite escondidos em Pinar del Río. O documento revela que Blanco Navarro coordenava grupos em várias províncias cubanas e mantinha contatos em Miami para organizar entregas de armas. Curiosamente, o arquivo destaca a prisão de Blanco Navarro em La Cabaña, mesma prisão onde Jose Rasco Bermuda, outro líder anticastrista, planejava um ataque para libertá-lo com um grupo de 40 homens financiado por 20 mil dólares. Esses detalhes sugerem que a CIA estava profundamente envolvida no monitoramento e, possivelmente, no apoio a movimentos revolucionários em Cuba anos antes do assassinato de JFK, o que pode indicar um contexto mais amplo de operações secretas que poderiam ter conexões com os eventos de 1963.

O arquivo 124-10291-10236, de 24 de outubro de 1961, traz informações sobre o Movimiento Revolucionario del Pueblo (MRP), liderado por Manolo Ray, um exilado cubano. Ray se opunha a uma invasão direta de Cuba, preferindo a resistência interna contra Fidel Castro, e afirmava que o MRP tinha apoio em todos os 33 sindicatos cubanos, na inteligência (G-2), na milícia e na administração, com 80% da população supostamente contra Castro. Esse nível de organização e infiltração levanta a possibilidade de que grupos anticastristas, possivelmente com apoio da CIA, poderiam ter recursos e motivações para ações mais amplas, incluindo retaliações contra figuras americanas como JFK, que foi criticado por setores anticastristas após o fracasso da Invasão da Baía dos Porcos em 1961.

Além disso, o documento 104-10186-10004 menciona uma operação em Montevidéu, Uruguai, envolvendo um agente codinome AMMUG-1, que faria uma apresentação ao Ministro do Interior e ao Chefe de Avalanche, uma unidade de inteligência recém-criada. A mensagem, datada de 1962, sugere que a CIA estava trabalhando para fortalecer unidades de inteligência na América Latina, o que pode indicar um esforço mais amplo de contrainteligência e operações clandestinas na região durante o período que antecedeu o assassinato de JFK.

Esses documentos desafiam a narrativa oficial de que Lee Harvey Oswald agiu sozinho. A intensa atividade da CIA com grupos anticastristas, operações secretas como “BETIDE” e a criação de unidades de inteligência na América Latina sugerem que havia um cenário complexo de intrigas e interesses que podem ter se cruzado com o assassinato de Kennedy. A proximidade temporal de algumas dessas operações com a morte de JFK, bem como o envolvimento de figuras e grupos que poderiam ter motivos para retaliar contra o presidente, levanta dúvidas sobre a versão simplista do “atirador solitário”.

Gustavo De Oliveira

Escritor

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