O Reino Unido abriga um número estimado entre 30 e 85 conselhos da Sharia, segundo relatórios e postagens recentes, mas a falta de registros oficiais torna a cifra exata um mistério. Esses conselhos operam de forma informal, oferecendo orientações baseadas na lei islâmica para questões como divórcio, herança e mediação familiar, sem a obrigatoriedade de se registrar junto ao governo britânico. A variação nas estimativas reflete a ausência de monitoramento oficial, já que essas entidades não são reconhecidas como tribunais legais, mas sim como organismos comunitários que dependem da adesão voluntária de muçulmanos locais.
As informações surgiram de análises e discussões públicas, com algumas fontes sugerindo que o número pode ter crescido ao longo dos anos, acompanhando o aumento da população muçulmana no país. No entanto, a falta de dados concretos levanta questões sobre a real extensão e o impacto dessas estruturas. Críticas apontam que a informalidade pode permitir abusos, como pressões sobre mulheres para evitar denúncias de violência doméstica ou aceitar decisões contrárias às leis britânicas, enquanto defensores argumentam que os conselhos oferecem um espaço cultural importante para a comunidade muçulmana.
A ausência de registro oficial também alimenta debates sobre a soberania jurídica do Reino Unido, com alguns questionando se sistemas paralelos de justiça ameaçam a unidade legal nacional. Apesar disso, especialistas observam que, por não terem poder coercitivo e dependerem da aceitação voluntária, os conselhos da Sharia não substituem o sistema judicial britânico, mas complementam as escolhas pessoais de alguns indivíduos. Sem uma investigação governamental ou dados oficiais atualizados, a verdadeira dimensão dessa prática permanece especulativa, deixando espaço para narrativas polarizadas sobre seu papel na sociedade britânica.