Stephen Ireland, de 41 anos, cofundador da organização Pride in Surrey, uma das maiores iniciativas LGBTQ+ no condado de Surrey, no Reino Unido, foi condenado por crimes sexuais graves contra menores. Ireland foi considerado culpado de estuprar um menino de 12 anos em seu apartamento em Addlestone, em 19 de abril de 2024, após conhecê-lo pelo aplicativo de encontros Grindr. A sentença, proferida pelo Tribunal de Guildford em 13 de março de 2025, também incluiu David Sutton, de 27 anos, um voluntário da mesma organização, que foi condenado por crimes relacionados.
Ireland enfrentou um total de 38 acusações ao lado de Sutton, sendo condenado por estupro, três acusações de induzir uma criança menor de 13 anos a atividades sexuais, uma acusação de assédio sexual contra menor de 13 anos e seis acusações de produção de imagens indecentes de crianças. Sutton foi considerado culpado por três acusações de produção de fotografias indecentes de crianças e uma por posse de imagem pornográfica extrema. O julgamento, que durou um mês e incluiu quase uma semana de deliberação, revelou mensagens de WhatsApp de 2022 nas quais os dois discutiam “sequestrar” uma criança, evidenciando um padrão de comportamento predatório.
A promotoria destacou que Ireland e Sutton demonstraram um interesse sexual extremo por crianças, com Ireland sendo descrito como um “predador sexual” que explorou a vulnerabilidade do menino de 12 anos. Ambos tentaram encobrir suas ações ao deletar materiais de seus telefones após tomarem conhecimento da investigação policial, o que resultou em uma condenação adicional por obstrução da justiça. Eles também admitiram, antes do julgamento, cinco acusações que não foram apresentadas ao júri, incluindo posse de imagens proibidas de crianças.
Embora Ireland tenha alegado que as conversas eram apenas “fantasias” motivadas por “fumo excessivo”, o tribunal rejeitou essa defesa, considerando as evidências de um comportamento consistente e deliberado entre 2022 e 2024. A condenação de Ireland, que fundou o Pride in Surrey em 2018 e foi uma figura pública na comunidade LGBTQ+, levanta questões sobre a supervisão em organizações comunitárias e a segurança de menores em espaços que deveriam ser protegidos. Para quem observa com atenção, o caso pode refletir uma falha em priorizar a proteção dos mais vulneráveis, um princípio fundamental que transcende qualquer causa ou movimento.
A sentença final de Ireland e Sutton está marcada para 30 de junho de 2025, no mesmo tribunal. A organização Pride in Surrey condenou veementemente as ações dos dois, afirmando que suspendeu ambos assim que a investigação policial foi informada, em junho de 2024, e removeu Ireland de sua diretoria.