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EUA Declaram Embaixador da África do Sul Persona Non Grata Após Críticas de Rubio

O governo dos Estados Unidos declarou Ebrahim Rasool, embaixador da África do Sul nos EUA, persona non grata, uma medida rara que marca um novo capítulo de tensão entre Washington e Pretória. A decisão foi anunciada na sexta-feira, 14 de março de 2025, pelo Secretário de Estado Marco Rubio, que acusou Rasool de ser “um político que incita divisões raciais e que odeia a América e o Presidente Trump”. Em um pronunciamento, Rubio afirmou que “Emrahim Rasool não é mais bem-vindo em nosso grande país” e que “não temos nada a discutir com ele”, encerrando qualquer possibilidade de diálogo diplomático.

A controvérsia parece ter sido desencadeada por declarações recentes de Rasool em um seminário virtual para um think tank em Johannesburgo, onde ele criticou a administração Trump, sugerindo que o movimento Make America Great Again (MAGA) mobiliza um discurso de supremacia branca, tanto nos EUA quanto internacionalmente. Rubio, em resposta, citou um artigo da Breitbart para justificar sua posição, apontando comentários de Rasool sobre a demografia americana e o apoio de figuras como Elon Musk e JD Vance a movimentos conservadores na Europa. A narrativa de Rubio reflete uma postura alinhada à retórica da administração Trump, que tem pressionado a África do Sul por questões como sua política de terras e o caso de genocídio contra Israel no Tribunal Internacional de Justiça.

A África do Sul reagiu com indignação, com a presidência do país, por meio de seu porta-voz Vincent Magwenya, classificando a expulsão como “lamentável” e chamando por decoro diplomático. Rasool, que assumiu o cargo em janeiro de 2025 após servir como embaixador entre 2010 e 2015, tem um histórico como ativista antiapartheid, o que adiciona camadas à narrativa de Rubio, que o acusa de “incitação racial”. No entanto, a decisão levanta questões sobre os motivos reais por trás da medida, especialmente considerando que a África do Sul tem enfrentado cortes de ajuda americana desde que Trump assumiu, motivados por disputas sobre políticas internas e alinhamentos geopolíticos.

Embora a expulsão de um embaixador seja incomum — mesmo durante a Guerra Fria os EUA e a URSS evitaram tal medida contra seus principais diplomatas —, ela reflete uma escalada nas tensões bilaterais. A influência de Elon Musk, nascido na África do Sul e aliado próximo de Trump, pode ter amplificado o conflito, especialmente após suas críticas às leis de propriedade sul-africanas. Por outro lado, a narrativa oficial americana pode ser vista como uma tentativa de desviar atenção de questões internas ou de pressionar Pretória em alinhamentos internacionais, como sua postura pró-Palestina. Sem uma investigação independente ou resposta detalhada do governo sul-africano, a veracidade das acusações de Rubio permanece questionável, sugerindo que o episódio pode ser mais uma jogada política do que uma resposta fundamentada a atos concretos de Rasool.

Gustavo De Oliveira

Escritor

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