O Departamento de Justiça dos Estados Unidos anunciou na sexta-feira, 14 de março de 2025, que está investigando a possibilidade de apresentar acusações de terrorismo contra indivíduos envolvidos nos protestos pró-palestinos realizados na Universidade Columbia em 2024. A informação foi divulgada pelo vice-procurador-geral Todd Blanche, que destacou que a investigação busca determinar se os manifestantes violaram leis federais antiterrorismo. A ação faz parte de uma ofensiva mais ampla do governo Trump contra o que descreve como antissemitismo em campi universitários, intensificada após a posse do presidente em janeiro de 2025.
Os protestos em Columbia começaram na primavera de 2024, em resposta à guerra entre Israel e Hamas, desencadeada pelo ataque do grupo palestino em 7 de outubro de 2023, que matou 1.200 pessoas, segundo contagens israelenses, seguido por uma ofensiva de Israel em Gaza que resultou em mais de 48.000 mortes, de acordo com o Ministério da Saúde de Gaza. Os manifestantes exigiam que a universidade desinvestisse de interesses ligados a Israel e que os EUA encerrassem o apoio militar ao país. A administração Trump, no entanto, acusa os ativistas de apoiarem o Hamas, classificado como organização terrorista pelos EUA, e alega que Columbia foi leniente ao lidar com os protestos, permitindo um ambiente hostil para estudantes judeus.
Blanche afirmou que o Departamento de Justiça também investiga se a universidade abrigou ou ocultou imigrantes em situação irregular durante os protestos, uma acusação que ganhou força após buscas realizadas pelo Departamento de Segurança Interna (DHS) no campus na noite de quinta-feira, 13 de março. A presidente interina de Columbia, Katrina Armstrong, informou que as buscas envolveram dois quartos de estudantes, mas não resultaram em prisões, detenções ou apreensões de itens. Além disso, a investigação examina se a resposta da universidade a incidentes anteriores violou leis de direitos civis ou envolveu crimes relacionados a terrorismo, embora Blanche não tenha especificado se as acusações recaem sobre a instituição ou apenas sobre os manifestantes.
O caso ganhou destaque com a prisão de Mahmoud Khalil, um estudante palestino e residente permanente nos EUA, detido em 8 de março de 2025. Khalil, que liderou negociações durante os protestos, teve seu green card revogado sob a alegação de apoiar o Hamas, embora não tenha sido formalmente acusado de crimes. Ele foi transferido para um centro de detenção na Louisiana, e sua detenção gerou protestos, como a ocupação do saguão da Trump Tower em Nova York no dia 14 de março, que terminou com a prisão de cerca de 98 manifestantes. Outros estudantes também foram alvo: Leqaa Kordia, uma palestina detida em Newark por overstaying de visto, e Ranjani Srinivasan, uma doutoranda indiana que optou por “autodeportação” após ter seu visto revogado.
