Em 10 de março de 2025, a Rússia intensificou sua retórica contra o Reino Unido, acusando-o de ser o “principal instigador” do conflito na Ucrânia. A declaração, feita pela agência de inteligência SVR em Moscou, afirma que Londres desempenha um papel central em “incitar o conflito global”, uma postura que, segundo o Kremlin, ecoaria ações britânicas “na véspera das duas guerras mundiais do último século”. A acusação surge em um momento de crescente tensão entre a Rússia e o Ocidente, enquanto a guerra na Ucrânia, iniciada em fevereiro de 2022, entra em uma fase crítica.
A SVR alega que o Reino Unido tem sabotado esforços de paz, apontando o fornecimento de armas avançadas, como mísseis Storm Shadow, e o treinamento militar oferecido a forças ucranianas como evidências de uma “guerra por procuração”. O Kremlin também criticou recentes declarações do primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, que sugeriu o envio de tropas para uma força de paz em caso de cessar-fogo, interpretando isso como uma escalada direta. Em resposta, o governo britânico classificou as acusações como “farcical” e “desinformação maliciosa”, reafirmando que seu apoio à Ucrânia visa conter a agressão russa, não provocá-la.
O contexto da disputa inclui a suspensão de ajuda militar americana à Ucrânia pelo presidente Donald Trump em 9 de março, após um encontro conturbado com Volodymyr Zelensky, e negociações marcadas para 12 de março na Arábia Saudita, onde Kyiv propõe um cessar-fogo aéreo e naval. A Rússia, por sua vez, vê a influência britânica como um obstáculo às propostas de paz de Trump, que incluem concessões territoriais ucranianas — uma ideia rejeitada por Londres e outros aliados da OTAN.