O presidente da Rússia, Vladimir Putin, declarou apoio à proposta de um cessar-fogo de 30 dias na guerra contra a Ucrânia, apresentada pelos Estados Unidos, mas impôs condições para que a medida avance. Em pronunciamento realizado na quinta-feira, 13 de março de 2025, Putin afirmou que a Rússia concorda com a ideia de suspender os combates, desde que o acordo leve a uma paz duradoura e aborde as “causas profundas da crise”. A declaração foi feita enquanto o enviado especial de Donald Trump, Steve Witkoff, visitava Moscou para discutir os termos do plano, aceito anteriormente por Kiev após negociações em Jeddah, na Arábia Saudita.
Putin destacou que a suspensão dos combates deve ir além de uma trégua temporária, sugerindo a necessidade de resolver questões que o Kremlin considera fundamentais para o conflito, como a neutralidade da Ucrânia e a redução de influências ocidentais na região. Ele expressou dúvidas sobre o uso que a Ucrânia poderia fazer do período de 30 dias, questionando se o país aproveitaria a pausa para rearmar ou mobilizar forças, o que indicaria uma falta de confiança nas intenções de Kiev. O líder russo também agradeceu a Trump pelo envolvimento nas negociações, sinalizando abertura para um diálogo direto, possivelmente por telefone, nos próximos dias.
A proposta americana, que prevê a retomada de ajuda militar e compartilhamento de inteligência com a Ucrânia, coloca Putin em uma posição delicada. Com avanços militares recentes, como a retomada parcial da região de Kursk, a Rússia parece relutante em aceitar um cessar-fogo sem garantias de que seus interesses sejam protegidos. Analistas apontam que Moscou pode exigir a retirada de tropas ucranianas de áreas anexadas e o fim do apoio ocidental, demandas que historicamente encontraram resistência de Kiev e de seus aliados.