Centenas de manifestantes poloneses se reuniram na passagem de fronteira entre Polônia e Alemanha em Słubice no dia 9 de março de 2025, entoando o cântico “Toda a Polônia canta conosco, longe com os migrantes ilegais além do rio Oder”. O protesto, amplamente divulgado em posts verificados no X e reportado por portais como Visegrad 24, foi uma reação direta ao Pacto de Migração e Asilo da União Europeia e à tentativa de realocar migrantes ilegais da Alemanha para o território polonês. A faixa etária dos participantes variou, mas a mensagem era clara, unindo vozes em defesa da segurança nacional e da autonomia do país.
O primeiro-ministro Donald Tusk já havia sinalizado resistência a imposições migratórias da UE. Em julho de 2024, ele declarou em Gdansk, ao lado da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, que a Polônia não aceitaria mais “fardos” do bloco, destacando os dois milhões de refugiados ucranianos já acolhidos desde a invasão russa. Para os manifestantes, o pacto, que exige que países-membros recebam migrantes ou paguem compensações, ameaça a soberania polonesa. Dariusz Wróbel, um dos organizadores citado pelo UOL em fevereiro de 2024 durante protestos agrícolas, ecoa esse sentimento ao pedir controle rigoroso sobre quem entra no país.
A tensão não é nova. Desde 2021, a Polônia acusa Belarus, aliada da Rússia, de orquestrar fluxos migratórios como arma híbrida, levando à construção de uma cerca na fronteira leste. Agora, o foco se volta à Alemanha, onde o governo de Olaf Scholz enfrenta pressão interna por mais de 6 mil travessias ilegais vindas da Polônia em 2024, segundo o Globo. Ted Cruz, senador americano, elogiou a postura polonesa no X, chamando-a de exemplo de resistência ao radicalismo migratório.