Na tarde desta sexta-feira, 14 de março de 2025, cerca de 200 manifestantes invadiram o saguão da Trump Tower, localizada na Quinta Avenida, em Nova York, em um protesto que terminou com a prisão de pelo menos 98 pessoas. O ato, organizado pela Jewish Voice for Peace, uma organização judaica progressista antissionista, foi motivado pela detenção de Mahmoud Khalil, um estudante palestino da Universidade de Columbia, preso no último sábado (8) por agentes do Departamento de Segurança Interna. Khalil, residente permanente nos EUA com green card, foi levado para um centro de detenção na Louisiana, acusado pelo governo Trump de ser um ativista pró-Hamas e líder de protestos contra a guerra em Gaza.
Os manifestantes, muitos vestindo camisetas vermelhas com a frase “Não em nosso nome”, entraram no edifício por volta do meio-dia, hasteando faixas e gritando slogans como “Libertem Mahmoud, libertem todos eles!” e “Lutem contra os nazistas, não contra os estudantes”. A ação visava denunciar o que o grupo chama de repressão à liberdade de expressão e a tentativa do governo de deportar Khalil, cujo caso está sob análise judicial após uma ordem de um juiz federal de Nova York suspender temporariamente sua remoção. A presença policial foi rápida, com agentes usando força para retirar os ocupantes, que foram algemados e levados em ônibus.
O incidente ocorre em um contexto de tensões crescentes, alimentado por políticas imigratórias rígidas da administração Trump, que prometeu deportar ativistas estrangeiros ligados a grupos considerados terroristas, como o Hamas. Trump celebrou a prisão de Khalil em suas redes sociais, chamando-o de “estudante estrangeiro radical” e prometendo mais ações semelhantes. A manifestação também reflete a polarização em torno do conflito Israel-Hamas, com a Jewish Voice for Peace afirmando que o governo usa o combate ao antissemitismo como pretexto para silenciar dissidências.
Embora as autoridades locais confirmem as prisões, o número exato de detidos varia entre fontes, que mencionam entre 98 e 100 pessoas. Não houve relatos de feridos, e a Trump Organization não se pronunciou oficialmente. O caso Khalil, que envolveu a detenção do estudante na frente de sua esposa grávida, segue gerando controvérsia, com críticos questionando a legalidade da revogação de seu green card e apoiadores do governo defendendo a medida como necessária para a segurança nacional. A situação sugere que novos protestos podem surgir, dependendo do desfecho judicial.
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