Na segunda-feira, 10 de março de 2025, a plataforma X enfrentou uma série de interrupções que afetaram usuários em todo o mundo, desde o Brasil até o Japão. Elon Musk, dono da rede social, apontou o dedo para a Ucrânia, afirmando que um ataque cibernético massivo quase derrubou o sistema. Em entrevista à Fox Business, Musk declarou que a ofensiva veio de endereços IP originários da área ucraniana, sugerindo um esforço coordenado com muitos recursos. Ele postou no X que a plataforma é alvo constante, mas esse ataque se destacou pela escala, levantando suspeitas de envolvimento de um grupo organizado ou até de um país.
O impacto foi sentido globalmente. Segundo o Downdetector, os problemas começaram por volta das 7h, horário de Brasília, com picos de até 40 mil reclamações nos EUA e 80 mil no Japão. Usuários relataram falhas no aplicativo e dificuldades para carregar o site, com interrupções intermitentes ao longo do dia. Musk reconheceu a gravidade, mas disse que o X foi restaurado, embora investigações continuem. Conservadores como Ted Cruz aplaudiram a denúncia no X, vendo-a como resistência a ameaças externas, enquanto a narrativa ganha força entre apoiadores da linha “America First”.
No entanto, a acusação não é consenso. Especialistas como Fabio Assolini, da Kaspersky, confirmaram ao Estadão que o incidente tem marcas de um ataque DDoS, mas alertaram que rastrear IPs a um país não prova autoria, já que hackers podem mascarar origens. Um grupo hacker pró-Palestina, o Dark Storm Team, assumiu a responsabilidade via Telegram, segundo a Newsweek, contradizendo Musk sem verificação independente. Críticos como Alex Plitsas, do Atlantic Council, disseram ao The Post que culpar a Ucrânia não faz sentido, dado o contexto diplomático com os EUA, sugerindo que a Rússia poderia se beneficiar mais ao incriminar Kiev.
A polêmica acontece em um momento tenso. Donald Trump, presidente dos EUA, bateu boca com Volodymyr Zelensky na Casa Branca na semana passada, chamando-o de “ditador” e questionando a ajuda americana à Ucrânia. Musk, conselheiro de Trump e chefe do DOGE, já criticou o conflito ucraniano, pedindo paz no X dias antes. A Ucrânia, que depende do Starlink de Musk para suas operações militares, não respondeu oficialmente. Enquanto isso, a plataforma voltou ao normal, mas o caso expõe vulnerabilidades digitais e acirra debates geopolíticos.