O Partido dos Trabalhadores (PT) deu início a uma série de ações contra Michelle Bolsonaro, ex-primeira-dama, com cinco requerimentos protocolados em órgãos como a Casa Civil, a Controladoria-Geral da União (CGU), a Polícia Federal (PF) e o Ministério Público Federal (MPF). Liderada pelo deputado Lindbergh Farias (PT-RJ), a iniciativa busca apurar possíveis irregularidades relacionadas a viagens, ao programa Pátria Voluntária e a movimentações financeiras durante o governo de Jair Bolsonaro. A ofensiva foi anunciada como resposta a ataques contra Janja Lula da Silva, atual primeira-dama, com Farias prometendo dobrar os esforços contra Michelle para cada investida contra Janja.
Entre os pontos levantados pelo PT, estão os custos de deslocamentos nacionais e internacionais de Michelle e sua equipe, além de uma transação envolvendo a empresa Cedro do Líbano, que teria repassado valores a um sargento ligado à ex-primeira-dama, atualmente preso por fraudes em cartões de vacinação. Há também menções a possíveis desvios de recursos públicos por meio de empresas, o que o partido sugere que poderia configurar ilícitos. Os requerimentos pedem esclarecimentos detalhados, mas até o momento não há provas conclusivas apresentadas publicamente.
Michelle Bolsonaro, que mantém uma base fiel de apoiadores, segue como uma figura influente no campo conservador. Seu destaque em eventos como o CPAC Brasil 2024 e seu alcance nas redes sociais — superando até mesmo o do ex-presidente em engajamento — a colocam como um nome forte para o futuro político, algo que parece preocupar o PT. Em resposta às ações, aliados do PL, como membros próximos a Valdemar Costa Neto, classificaram os requerimentos como uma tentativa de desgaste político sem fundamento sólido, defendendo que as acusações carecem de evidências concretas.
O movimento do PT ocorre em um contexto de crescente rivalidade entre governo e oposição, com Janja sendo alvo de críticas recentes. Michelle, por sua vez, já havia se posicionado contra ataques anteriores do campo petista, prometendo ações legais contra ameaças. A disputa atual reacende debates sobre o uso de investigações como ferramenta política, um tema sensível que divide opiniões e pode influenciar a percepção pública nos próximos anos.