Em uma votação apertada no Senado americano, com placar de 51 a 45, os democratas conseguiram barrar uma proposta que impediria pessoas trans de competir em equipes esportivas femininas. A decisão, tomada em 3 de março de 2025, frustrou uma iniciativa apoiada pelo presidente Donald Trump, que busca codificar uma ordem executiva assinada por ele em fevereiro para proteger a integridade dos esportes femininos. O projeto, conhecido como “Protection of Women and Girls in Sports Act”, precisava de 60 votos para avançar, mas foi rejeitado por todos os senadores democratas presentes, evidenciando uma divisão clara em Washington.
A proposta ganhou destaque após Trump citar o caso de Payton McNabb durante seu discurso ao Congresso em 4 de março. McNabb, uma ex-jogadora de vôlei da Carolina do Norte, sofreu uma lesão cerebral traumática em 2022, aos 17 anos, quando uma atleta trans da equipe adversária acertou uma bola em seu rosto a uma velocidade estimada de 65 mph. A jovem, que era uma promessa no esporte, ficou com sequelas permanentes, incluindo concussão, sangramento cerebral e paralisia parcial do lado direito, encerrando sua carreira. “Os democratas tiveram a chance de proteger meninas como eu, mas escolheram abandonar as mulheres, até aquelas com filhas”, declarou McNabb em um post no X após a votação.
O argumento central dos defensores da lei é simples: a participação de atletas biologicamente masculinas em competições femininas cria desvantagens físicas e riscos de segurança. Estudos apontam que homens, em média, possuem maior massa muscular e densidade óssea, vantagens que persistem mesmo após a transição de gênero. O caso de McNabb, amplamente divulgado, tornou-se um símbolo dessa luta, com Trump afirmando que “permitir homens em esportes femininos é uma afronta às mulheres e ao país”. Durante o discurso, ele a homenageou como exemplo de resiliência, enquanto democratas, muitos vestindo rosa em suposto apoio às mulheres, permaneceram sentados em silêncio.
A rejeição da lei levanta questionamentos sobre a coerência do discurso democrata. Seus líderes frequentemente se posicionam como defensores dos direitos das mulheres, mas a votação unânime contra o projeto sugere uma prioridade maior em políticas de inclusão. Críticos, como a própria McNabb, chamaram isso de hipocrisia. “Eles usam rosa para posar de protetores, mas na hora de agir, viram as costas”, disse ela em entrevista à Fox News. Enquanto isso, dados do NCAA de 2024 estimam que menos de 10 atletas trans competem em esportes universitários nos EUA, o que levanta dúvidas sobre por que os democratas estão dispostos a travar essa batalha por uma minoria tão pequena, ignorando casos concretos de prejuízo.
A derrota no Senado não significa o fim da discussão. Trump prometeu cortar fundos federais de escolas que permitam a participação de homens em esportes femininos, e o tema deve continuar quente nas próximas eleições. Para muitos, a imagem de Payton McNabb aplaudindo o presidente enquanto democratas se recusavam a reagir resume o embate: de um lado, a defesa da segurança e da justiça no esporte; do outro, uma agenda que parece priorizar ideologia acima de tudo.