Neste domingo, 2 de março de 2025, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, anunciou uma decisão drástica: suspender completamente a entrada de ajuda humanitária na Faixa de Gaza, com efeito a partir da manhã de hoje. A medida, confirmada por um comunicado oficial de seu gabinete, vem como resposta à recusa do Hamas em libertar reféns israelenses e aceitar uma proposta de extensão do cessar-fogo mediada pelos Estados Unidos. Netanyahu alertou que “consequências adicionais” estão por vir caso o grupo palestino mantenha sua posição, elevando as tensões em um momento já crítico na região.
A suspensão ocorre logo após o término da primeira fase de um acordo de cessar-fogo, que expirou no sábado, 1º de março. Essa etapa, iniciada em 19 de janeiro, interrompeu 15 meses de conflito e possibilitou a libertação de 33 reféns israelenses e cinco tailandeses em troca de cerca de 1.900 prisioneiros e detentos palestinos. No entanto, as negociações para a segunda fase — que incluiria a libertação de todos os reféns vivos restantes e a retirada das tropas israelenses de Gaza — mal começaram. Segundo o plano do enviado especial dos EUA, Steve Witkoff, apoiado por Israel, metade dos reféns vivos e mortos seria libertada em troca de uma extensão de seis semanas do cessar-fogo, mas o Hamas rejeitou a proposta, exigindo garantias de um acordo permanente.
“Com o fim da Fase 1 do acordo de reféns e diante da recusa do Hamas em aceitar o esboço de Witkoff para continuar as negociações — ao qual Israel concordou —, decidi que, a partir desta manhã, toda a entrada de bens e suprimentos na Faixa de Gaza cessará”, afirmou Netanyahu em comunicado. Ele enfatizou que Israel “não permitirá um cessar-fogo sem a libertação de nossos reféns” e prometeu medidas mais duras se o impasse persistir.