Madrid tornou-se palco de uma crescente tensão cultural e religiosa neste sábado, 1º de março de 2025, com relatos de confrontos ideológicos que incendiaram o debate público. Segundo posts amplamente compartilhados no X, um movimento que reúne muçulmanos e ativistas feministas está pressionando pelo fim do que chamam de “Espanha Católica”, exigindo a permissão irrestrita do uso do hijab em todos os espaços públicos, incluindo escolas, tribunais e prédios do governo. Em resposta, o movimento juvenil conservador Revuelta (
@revuelta_es) saiu às ruas para protestar, denunciando o que considera uma ameaça à identidade histórica e aos valores tradicionais do país.
A controvérsia ganhou força após uma manifestação recente em Parla, na região de Madrid, onde mulheres espanholas e muçulmanas marcharam juntas em defesa do véu islâmico. Segundo fontes no X, algumas participantes chegaram a pedir a proibição do catolicismo, argumentando que “se o Estado é tão laico, deveria banir a religião católica”. Esse discurso inflamou os ânimos, com figuras conservadoras acusando os manifestantes de tentar apagar séculos de herança cristã espanhola. O Revuelta, conhecido por sua postura firme contra o que chama de “imposições externas”, respondeu com atos próprios, afirmando que “é inaceitável” que a Espanha ceda a essas demandas.
O pano de fundo é um debate antigo na Europa sobre o uso do hijab e símbolos religiosos em espaços públicos. Na Espanha, ao contrário da França, que baniu véus faciais em 2010, não há uma legislação nacional clara, deixando a decisão para instituições individuais — o que gera decisões inconsistentes, como a proibição do hijab em algumas escolas de Madrid nos últimos anos. Enquanto ativistas islâmicos e aliados veem a permissão do véu como uma questão de liberdade pessoal, conservadores, incluindo membros do Vox e do Revuelta, argumentam que ela representa um avanço de valores incompatíveis com a identidade espanhola, ecoando temores de uma “islamização” cultural.