A recente decisão da polícia britânica de manter a permissão para que oficiais transexuais realizem revistas íntimas em mulheres tem gerado intensos debates no Reino Unido. Segundo informações publicadas pelo The Telegraph, a nova orientação do British Transport Police (BTP) e propostas do National Police Chiefs’ Council (NPCC) permitem que policiais biologicamente homens, mas que se identificam como mulheres e possuem um Certificado de Reconhecimento de Gênero (GRC), conduzam esse tipo de procedimento. A medida, que já havia sido alvo de críticas no passado, reacende preocupações sobre os direitos das mulheres e a segurança em situações de vulnerabilidade.
A política do BTP, implementada em setembro de 2024, estabelece que oficiais podem revistar pessoas do mesmo sexo indicado em seu certificado de nascimento ou GRC, o que significa que homens biológicos com identidade de gênero feminina podem revistar mulheres detidas. Apesar de o NPCC ter recuado de uma orientação semelhante em janeiro de 2024 após protestos, a proposta atual sugere uma volta a essa prática, desde que o oficial possua um GRC — um documento que custa apenas 5 libras e exige um diagnóstico de disforia de gênero. Para os conservadores, essa decisão representa um ataque direto à privacidade e à dignidade feminina, além de uma priorização de ideologias progressistas em detrimento do bom senso e da proteção dos cidadãos.
Grupos de defesa dos direitos das mulheres, como o Sex Matters e o Women’s Rights Network, têm classificado a medida como “abuso sexual sancionado pelo Estado”. Eles argumentam que a presença de um oficial biologicamente masculino, independentemente de sua identidade de gênero, pode ser profundamente traumática para mulheres em situações de detenção. Críticas apontam que a orientação ignora o impacto sobre as detidas, focando apenas no bem-estar dos oficiais trans e na inclusão, enquanto desrespeita leis como o Police and Criminal Evidence Act (PACE), que exige que revistas sejam realizadas por alguém do mesmo sexo.