Nos últimos anos, casos de cristãos britânicos enfrentando repressão policial por expressarem sua fé em público têm gerado indignação e debates acalorados sobre liberdade religiosa e de expressão no Reino Unido. Pregadores de rua, como o pastor Dwayne Lopez em Uxbridge, Londres, foram ameaçados de prisão por citar passagens da Bíblia, sob a alegação de que suas palavras poderiam “causar assédio, alarme ou angústia” — um delito previsto na Lei de Ordem Pública de 1986. Em um incidente amplamente divulgado em fevereiro de 2024, policiais confrontaram Lopez e outros missionários cristãos após uma denúncia de supostos comentários homofóbicos e racistas, embora nenhuma prisão tenha ocorrido e as acusações não tenham sido sustentadas por evidências claras.
🟡🇬🇧 | Disparidade nas ruas do Reino Unido! Cristãos como Isabel Vaughan-Spruce são detidos por orar em silêncio perto de clínicas de aborto, e pregadores como Dwayne Lopez enfrentam ameaças por citar a Bíblia. ⚖️
— Folha Do MS (@folhadoms) February 21, 2025
🚨 Enquanto isso, em Londres, muçulmanos bloqueiam vias públicas… pic.twitter.com/hErlhTnHUr
Mais alarmante ainda é o caso de Isabel Vaughan-Spruce, detida duas vezes por orar silenciosamente perto de clínicas de aborto em Birmingham. Em dezembro de 2022, a polícia a acusou de violar uma Ordem de Proteção de Espaços Públicos (PSPO), que proíbe “protestos” ou atos “intimidatórios” em zonas de exclusão ao redor dessas instalações. Apesar de sua oração ser apenas um pensamento interno, sem qualquer manifestação visível, Vaughan-Spruce foi interrogada e presa, com a polícia afirmando que “orar é uma ofensa”. Após intensa pressão legal, ela recebeu uma indenização de 13 mil libras da Polícia de West Midlands em agosto de 2024, mas o caso expôs o que muitos chamam de “crime de pensamento” no Reino Unido moderno.
🔴🇬🇧 | Policial britânica expulsa pregador cristão das ruas de Manchester por "perturbar" islâmicos orando! 🚨 pic.twitter.com/4JFImeKoHT
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Enquanto isso, no coração de Londres, cenas opostas têm chamado a atenção: muçulmanos realizando orações públicas em ruas movimentadas, como Oxford Street e Trafalgar Square, frequentemente interrompendo o trânsito e utilizando microfones para amplificar cânticos e preces. Esses eventos, que se intensificam em períodos simbólicos como o Natal, são vistos por alguns como uma demonstração de força e por outros como uma provocação à cultura cristã tradicional britânica. Apesar do impacto no tráfego e nas rotinas da cidade, a Polícia Metropolitana raramente intervém, adotando uma postura de tolerância que contrasta drasticamente com a repressão enfrentada por cristãos. Incidentes semelhantes em Birmingham e Leeds em 2024, onde ruas foram bloqueadas sem aviso, também receberam críticas de moradores e comerciantes, mas pouca ação policial.
Para os conservadores, essa disparidade reflete uma crise de valores: enquanto a polícia hesita em agir contra orações islâmicas que desafiam a ordem pública, aplica leis vagas, como as PSPOs, para silenciar a expressão cristã. Organizações como o Christian Concern argumentam que as autoridades estão cedendo a pressões culturais progressistas, sacrificando liberdades fundamentais em favor de uma agenda que protege certos grupos enquanto marginaliza outros. A implementação iminente de “zonas de exclusão” nacionais em torno de clínicas de aborto, que podem criminalizar explicitamente a oração silenciosa, só intensifica essas preocupações. Já a tolerância com os bloqueios de rua por orações muçulmanas, amplificadas por alto-falantes, é vista como um sinal de fraqueza diante de uma minoria em ascensão — cerca de 6,5% da população, segundo o censo de 2021 — em detrimento da maioria histórica cristã.
🟡🇬🇧 | Uma oficial voluntária não remunerada abordou uma mulher e a proibiu de cantar canções da igreja fora do templo, afirmando: "Você não tem permissão para isso". 📖 pic.twitter.com/d6UQzHgtkE
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A questão expõe uma tensão crescente: por que a pregação bíblica ou a oração silenciosa são tratadas como ameaças, enquanto ações mais disruptivas no centro de Londres recebem leniência? Muitos veem nisso um viés institucional contra os cristãos e uma deterioração da liberdade de expressão em um país cuja identidade foi forjada por séculos de tradição cristã.