Em recente declaração, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva responsabilizou os governadores estaduais pelo elevado preço do gás de cozinha, destacando que o botijão de 13 kg sai da Petrobras por R$ 35, mas chega ao consumidor por até R$ 140, dependendo da alíquota do ICMS em cada estado.
Contudo, essa afirmação simplifica uma questão mais intrincada. O preço final do gás de cozinha é composto por diversos fatores além do ICMS, incluindo custos de distribuição, revenda e outros impostos. Dados da Petrobras indicam que o preço médio do botijão no Brasil é de R$ 107,23, com a parcela da estatal representando apenas uma fração desse valor.
Especialistas apontam que a estrutura de preços envolve múltiplos componentes:
- Distribuição e Revenda: Responsáveis por aproximadamente 46,5% do preço final, abrangendo custos operacionais e margens de lucro das empresas que levam o produto até o consumidor. GZH
- Parcela da Petrobras: Corresponde a cerca de 38% do valor, referente à produção e refino do GLP.
- ICMS: Imposto estadual que representa cerca de 15% do preço, variando conforme a unidade federativa.
Além disso, o mercado de combustíveis no Brasil é caracterizado pela liberdade de preços, permitindo que distribuidoras e revendedores estabeleçam seus valores com base em custos e demandas locais.
Portanto, atribuir exclusivamente aos governadores a responsabilidade pelo alto custo do gás de cozinha é uma simplificação que não considera todos os elementos que influenciam o preço final ao consumidor.