Em uma carta enviada ao Comitê Judiciário da Câmara, Mark Zuckerberg, CEO da Meta, revelou que sua equipe foi pressionada pela administração de Joe Biden para censurar conteúdo relacionado à pandemia de Covid-19. Ele afirmou que, em 2021, altos funcionários da Casa Branca solicitaram repetidamente a remoção de certos conteúdos, incluindo humor e sátiras, gerando tensão quando suas equipes não concordaram.
Regretos de Decisões Passadas
Zuckerberg reconheceu que, com a “benefício da retrospectiva e novas informações”, certas decisões tomadas em 2021 não se repetiriam hoje. O líder da Meta expressou arrependimento por não ter sido mais vocal na defesa dos padrões de conteúdo da plataforma e afirmou que resistiria a novas pressões governamentais no futuro.
Intervenção na Eleição de 2020 e Caso Hunter Biden
Outro ponto crítico abordado por Zuckerberg foi o alerta que recebeu do FBI sobre possíveis desinformações russas envolvendo Hunter Biden e a empresa Burisma. Isso levou a uma decisão temporária de limitar a circulação da reportagem do New York Post que sugeria corrupção na família Biden. Mais tarde, foi confirmado que essa narrativa não se tratava de desinformação russa, e Zuckerberg admitiu que, em retrospecto, sua equipe não deveria ter censurado a matéria.
Mudanças de Políticas da Meta
Desde então, a Meta ajustou suas políticas, garantindo que não repetirá a prática de reduzir o alcance de conteúdos enquanto aguarda a verificação de fatos. A empresa busca evitar que situações similares voltem a ocorrer, e Zuckerberg prometeu não interferir em eleições, citando as críticas que recebeu por apoiar a “infraestrutura eleitoral” em 2020.
Acusações de Viés Contra Conservadores
Republicanos no Congresso há muito acusam a Meta e outras grandes plataformas de tecnologia de censurarem vozes conservadoras. O próprio Zuckerberg reconheceu que muitos de seus funcionários possuem uma inclinação política à esquerda, mas enfatizou que a empresa se esforça para manter a imparcialidade nas decisões. Ainda assim, esse suposto viés tornou-se um ponto central das críticas conservadoras, especialmente no que diz respeito à censura da história sobre o laptop de Hunter Biden.
A Suprema Corte dos EUA, em uma decisão de junho de 2023, foi a favor da Casa Branca, argumentando que os demandantes que acusaram o governo de censura nas redes sociais não tinham legitimidade para prosseguir com o processo.
Conclusão
Zuckerberg, ao expor a pressão que a Casa Branca exerceu sobre a Meta, destaca um tema sensível: o equilíbrio entre o controle governamental e a liberdade de expressão nas plataformas digitais. A revelação alimenta o debate sobre o papel das Big Tech na moderação de conteúdo e como a interferência política pode influenciar o que é ou não divulgado ao público, particularmente em tempos de crise.