No segundo trimestre de 2025, a Petrobras registrou o pior desempenho entre as maiores empresas de petróleo e gás do mundo, acumulando um prejuízo de R$ 2,6 bilhões (US$ 344 milhões). Enquanto outras gigantes do setor também enfrentaram dificuldades, nenhuma foi tão impactada quanto a empresa brasileira. A seguir, os principais fatores e destaques deste cenário.
1. Resultados Globais e Comparações
- Petrobras: prejuízo de R$ 2,6 bilhões (US$ 344 milhões), pior desempenho em quase quatro anos.
- British Petroleum (BP): prejuízo menor de US$ 129 milhões.
- Saudi Aramco: liderou o trimestre com uma receita de US$ 116 bilhões e lucro de US$ 29 bilhões.
- ExxonMobil e Shell: tiveram lucros de US$ 9,2 bilhões e US$ 6,3 bilhões, respectivamente.
Apesar da queda generalizada nos lucros do setor, apenas a Aramco e a ExxonMobil conseguiram aumentar seus ganhos em comparação ao primeiro trimestre de 2024.
2. Causas do Prejuízo da Petrobras
- Desvalorização do petróleo: Impacto global que afetou a maior parte das empresas de energia.
- Queda nas vendas de derivados: Redução na demanda por combustíveis, afetando diretamente a receita da Petrobras.
- Aumento de despesas operacionais: As despesas operacionais da Petrobras cresceram 69,9% em relação ao ano anterior, totalizando R$ 26,5 bilhões.
3. Impacto do Acordo Tributário
- Um acordo firmado com o Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) adicionou R$ 19,8 bilhões em despesas para a estatal.
- O pagamento foi dividido em um depósito inicial de R$ 3,57 bilhões, seguido de seis parcelas mensais de R$ 1,38 bilhão, de julho a dezembro.
O diretor financeiro, Fernando Melgarejo, explicou que fatores como a variação cambial e a adesão ao acordo tributário impactaram o resultado contábil, mas não o caixa da empresa. Sem esses fatores, a Petrobras teria apresentado um lucro líquido de US$ 5,4 bilhões.
4. Aumento de Receita Apesar do Cenário Adverso
- Mesmo com os desafios enfrentados, a receita da Petrobras cresceu 7,4% em comparação ao mesmo período de 2023, atingindo R$ 122 bilhões (US$ 23,4 bilhões).
- O aumento foi impulsionado por operações fora do setor de combustíveis, enquanto a venda de derivados continuou a cair.
5. Posicionamento da Presidência
A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, destacou que, apesar dos desafios, a geração de caixa da companhia aumentou, e o endividamento permaneceu controlado. Ela enfatizou que eventos extraordinários, como o acordo tributário e a volatilidade cambial, não impactaram o caixa nem o patrimônio da empresa, mas afetaram os resultados contábeis.