O governo do presidente Donald Trump intensificou esforços para conter a expansão da Iniciativa Cinturão e Rota (Belt and Road Initiative – BRI) da China na América Latina, uma região estratégica onde Pequim tem ampliado sua influência por meio de investimentos em infraestrutura. Em ações anunciadas em maio de 2025, a administração Trump ameaçou impor sanções e pressões econômicas, incluindo bloqueios a financiamentos internacionais, contra países que avançarem em projetos ligados à BRI, como a adesão da Colômbia ao programa, confirmada no mesmo mês. A estratégia, relatada por fontes como Reuters e France24, reflete a prioridade do governo em reafirmar a influência dos EUA no Hemisfério Ocidental, combatendo o que considera uma ameaça à segurança econômica e geopolítica da região, enquanto promove valores de soberania e transparência no comércio.
A BRI, lançada em 2013 pelo presidente chinês Xi Jinping, envolve 22 dos 33 países da América Latina e Caribe, que assinaram memorandos de entendimento para projetos de infraestrutura, como portos, ferrovias e energia, segundo a France24. A Colômbia, que se juntou à iniciativa em 14 de maio de 2025 durante o Fórum China-CELAC em Pequim, foi alvo de críticas diretas do governo Trump. O enviado especial para a América Latina alertou que a aproximação com a China poderia levar à suspensão de importações cruciais, enquanto Trump pressionou instituições como o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) para bloquear financiamentos a projetos chineses, conforme postagens em redes sociais repercutidas pela CNN. O presidente colombiano, Gustavo Petro, defendeu a adesão, argumentando que ela visa reduzir o déficit comercial de US$ 14 bilhões com a China, mas a decisão gerou tensões com Washington, que vê a BRI como uma ferramenta de Pequim para expandir influência política e econômica.
Outro ponto de atrito é o Canal do Panamá, onde a presença de empresas chinesas, como a CK Hutchison, que opera portos em ambos os lados do canal, foi criticada por Trump como uma ameaça à segurança dos EUA. Em fevereiro de 2025, o secretário de Estado Marco Rubio negociou com o presidente panamenho José Raúl Mulino, que anunciou a não renovação do memorando com a BRI, segundo a PBS. Mulino destacou a soberania do Panamá sobre o canal, mas prometeu auditorias para reduzir a influência chinesa, atendendo parcialmente às demandas americanas. A pressão dos EUA também se estende a outros países, como o Peru, onde o porto de Chancay, financiado pela estatal chinesa Cosco Shipping e inaugurado em novembro de 2024, é visto como uma porta de entrada para o mercado americano, potencialmente contornando tarifas impostas por Trump, conforme a The Conversation.
A administração Trump tem promovido alternativas à BRI, como o programa América Crece, lançado em 2019, que incentiva investimentos do setor privado em infraestrutura na América Latina, segundo a NBC News. Embora menos robusto que a BRI, que investiu US$ 94 bilhões em 138 projetos na região entre 2005 e 2020, conforme a CSIS, o programa busca atrair empresas americanas com garantias de transparência e sustentabilidade. Em janeiro de 2025, o deputado Mark Green (R-TN) propôs a Western Hemisphere Nearshoring Act, que usa recursos de tarifas sobre bens chineses para financiar empréstimos de baixo juros a empresas que realoquem operações da China para a América Latina, conforme a Fox News. A medida visa reduzir a dependência econômica da região em relação à China, que se tornou o maior parceiro comercial de países como Brasil, Peru e Chile, com um comércio de US$ 500 bilhões em 2023, segundo a The Conversation.