Na tarde de 1º de junho de 2025, Victor Ruiz, ex-candidato a vereador de Itapevi (SP) e guarda-civil municipal, voltou à Universidade de São Paulo (USP) para uma nova ação polêmica: a remoção de cartazes e faixas com mensagens políticas no campus da Cidade Universitária, em São Paulo. Acompanhado de apoiadores, Ruiz alegou que o objetivo era combater a presença de propaganda ideológica em um espaço público que, segundo ele, deveria permanecer neutro. O ato, que repetiu uma ação semelhante realizada em 14 de maio de 2025, gerou confrontos verbais com estudantes e reacendeu discussões sobre liberdade de expressão, neutralidade institucional e o papel das universidades públicas no Brasil.
Ruiz, que se apresenta como membro do Instituto União Conservadora e colaborador do deputado federal Delegado Palumbo (MDB-SP), justificou a ação afirmando que os cartazes, localizados no vão da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH), continham mensagens “antidemocráticas” promovidas por grupos de esquerda. Em vídeos divulgados, Ruiz é visto discutindo com estudantes, que o acusaram de censura e o chamaram de “fascista”. Ele, por sua vez, defendeu que espaços financiados por recursos públicos não devem ser usados para propaganda político-partidária, especialmente de cunho comunista, que ele considera divisiva e contrária aos interesses da sociedade.
Ruiz e seus apoiadores sustentam que a presença de mensagens político-partidárias em espaços públicos, financiados por impostos, compromete a imparcialidade da instituição e favorece a doutrinação ideológica.
O episódio levanta questões sobre o equilíbrio entre liberdade de expressão e a manutenção de espaços públicos neutros. A legislação brasileira, como o artigo 37 da Constituição Federal, proíbe o uso de bens públicos para promoção de ideologias específicas, o que embasa a argumentação de Ruiz.