No domingo, 1º de junho de 2025, um ataque violento abalou a cidade de Boulder, no Colorado, durante uma manifestação pacífica em apoio aos reféns israelenses mantidos em Gaza. Mohamed Sabry Soliman, um egípcio de 45 anos, foi preso acusado de lançar coquetéis molotov e usar um lança-chamas improvisado contra participantes do evento “Run for Their Lives”, organizado para chamar atenção à causa dos reféns. O incidente, ocorrido no Pearl Street Mall, deixou 12 pessoas feridas, incluindo uma sobrevivente do Holocausto, de 88 anos, que sofreu queimaduras graves. A tragédia, classificada pelo FBI como um ato de terrorismo, intensificou discussões sobre segurança pública, imigração e o combate ao antissemitismo nos Estados Unidos, reacendendo debates sobre a necessidade de políticas que priorizem a proteção da sociedade.
Segundo autoridades, Soliman, que entrou nos EUA em agosto de 2022 com um visto de turista que expirou em fevereiro de 2023, planejou o ataque por cerca de um ano. Ele confessou às autoridades que tinha como alvo um “grupo sionista” e que pretendia “matar todos os sionistas”, conforme relatado em um affidavit do FBI. Soliman, que vive em Colorado Springs com sua esposa e cinco filhos, teria aprendido a fabricar coquetéis molotov por meio de vídeos no YouTube, após ser impedido de comprar uma arma de fogo devido ao seu status migratório. Durante o ataque, ele gritou frases como “Palestina Livre” e “Acabar com os sionistas”, segundo testemunhas e documentos oficiais. Dos 18 dispositivos incendiários preparados, apenas dois foram lançados, mas causaram ferimentos graves, com uma vítima em estado crítico.
O ataque gerou forte reação de líderes políticos e da comunidade. A secretária de Segurança Interna, Kristi Noem, confirmou que a esposa e os cinco filhos de Soliman foram detidos pelo ICE (Serviço de Imigração e Controle de Alfândegas) para investigação sobre possível envolvimento ou conhecimento do atentado. A ação foi justificada pela necessidade de esclarecer qualquer apoio à atividade criminosa, reforçando a importância de medidas rigorosas para garantir a segurança nacional. O presidente Donald Trump também se pronunciou, destacando o ataque como um exemplo das falhas nas políticas de imigração do governo anterior. Ele defendeu uma abordagem mais rígida, afirmando que “atos de terror serão processados com todo o rigor da lei” e que a segurança das fronteiras deve ser prioridade para proteger os cidadãos americanos.
A manifestação atacada, organizada semanalmente pela “Run for Their Lives”, buscava sensibilizar a população sobre os reféns mantidos pelo Hamas, um tema sensível em meio às tensões globais do conflito Israel-Hamas. Entre os feridos, de idades entre 52 e 88 anos, estão membros da comunidade judaica local, o que levou organizações como a ADL (Liga Anti-Difamação) a classificar o ataque como “flagrantemente antissemita”. A presença de uma sobrevivente do Holocausto entre as vítimas adicionou um peso emocional à tragédia, com líderes comunitários, como o rabino Israel Wilhelm, da Universidade do Colorado, descrevendo-a como uma pessoa “amorosa” e respeitada.