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Trump Anuncia Negociações Imediatas entre Rússia e Ucrânia: Vaticano Pode Sediar Diálogos para a Paz

Em um esforço para pôr fim ao conflito que assola a Ucrânia desde a invasão russa em fevereiro de 2022, o presidente dos Estados Unidos, Donald J. Trump, anunciou, em 19 de maio de 2025, que a Rússia e a Ucrânia iniciarão negociações imediatas para um cessar-fogo e, potencialmente, para o fim definitivo da guerra. Após uma conversa telefônica de mais de duas horas com o presidente russo Vladimir Putin, Trump declarou em sua plataforma Truth Social: “Rússia e Ucrânia iniciarão negociações imediatas para um cessar-fogo e, mais importante, o fim da guerra. As condições serão negociadas entre as duas partes, pois só eles conhecem detalhes que ninguém mais sabe.” Ele também destacou a possibilidade de “comércio em larga escala” entre os EUA e a Rússia após o término do conflito, descrito por ele como um “banho de sangue”. A iniciativa, que inclui uma oferta do Vaticano para sediar as negociações, reflete a busca por uma solução diplomática que promova a estabilidade e a prosperidade, valores essenciais para comunidades que anseiam por paz e segurança.

A declaração de Trump veio após uma série de contatos diplomáticos, incluindo conversas com o presidente ucraniano Volodymyr Zelenskyy e líderes europeus, como a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, o presidente francês Emmanuel Macron, a primeira-ministra italiana Giorgia Meloni, o chanceler alemão Friedrich Merz e o presidente finlandês Alexander Stubb. Segundo a Reuters, Trump informou esses líderes sobre os planos de negociação imediatamente após sua ligação com Putin. O Kremlin, por meio do porta-voz Dmitry Peskov, confirmou a disposição de Moscou para trabalhar com Kiev em um memorando de paz, mas alertou que o processo será complexo e sem prazos fixos, destacando que “o diabo está nos detalhes”. Zelenskyy, por sua vez, expressou abertura para negociações diretas com a Rússia em qualquer formato que produza resultados, sugerindo o Vaticano, a Turquia ou a Suíça como possíveis sedes.

A oferta do Vaticano, liderada pelo recém-eleito Papa Leão XIV, foi recebida com entusiasmo por Trump, que afirmou que a escolha do local poderia conferir “significado extra” às conversas. A Santa Sé, que há anos defende a paz na Ucrânia, reiterou sua disponibilidade para facilitar o diálogo, conforme noticiado pela Catholic News Agency. A proposta ganhou apoio de Zelenskyy, que se reuniu com o papa durante a missa inaugural em 18 de maio, e de Meloni, que destacou o papel do Vaticano como um espaço neutro para negociações. No entanto, as expectativas de um avanço imediato são temperadas por divergências significativas. A Ucrânia e seus aliados europeus insistem em um cessar-fogo incondicional antes de discutir questões territoriais, enquanto a Rússia mantém demandas como o reconhecimento de sua anexação da Crimeia e de quatro outras regiões ucranianas, condições rejeitadas por Kiev.

O contexto das negociações é marcado por intensos combates. No fim de semana anterior ao anúncio, a Ucrânia sofreu um dos maiores ataques de drones russos desde o início da guerra, com quase 400 lançados, segundo a NPR. Apesar de um cessar-fogo unilateral de três dias declarado por Putin em 8 de maio, em homenagem ao Dia da Vitória, Zelenskyy classificou a iniciativa como “manipulação”, apontando a continuidade dos ataques russos. A Rússia, por sua vez, alega ter expulsado as forças ucranianas da região de Kursk, uma afirmação contestada por Kiev. Esses eventos reforçam as acusações de que Moscou busca ganhar tempo no campo de batalha enquanto negocia, uma preocupação expressa por líderes europeus como o ministro da Defesa alemão, Boris Pistorius, que afirmou que Putin “está jogando com o tempo”.

As negociações propostas por Trump seguem uma série de esforços diplomáticos, incluindo conversas diretas entre delegações russas e ucranianas em Istambul, na semana anterior, as primeiras desde março de 2022. Embora tenham resultado em uma troca de prisioneiros, as partes não chegaram a um acordo sobre um cessar-fogo. Trump, que prometeu durante sua campanha encerrar o conflito em 24 horas, enfrenta críticas por sua abordagem, que alguns aliados europeus veem como excessivamente conciliatória com a Rússia. Um plano americano, revelado pela Reuters, propõe que a Ucrânia renuncie à adesão à OTAN e aceite a perda de territórios ocupados, condições que Kiev e a Europa rejeitam. A possibilidade de novas sanções contra Moscou, sugerida por Trump após ataques russos a civis, foi recebida com ceticismo por europeus, que ficaram “chocados” com sua relutância em aplicá-las imediatamente.

O anúncio de Trump, embora otimista, enfrenta desafios complexos. A guerra, que já matou dezenas de milhares e deslocou milhões, devastou a economia ucraniana, com uma queda de quase 30% no PIB em 2022, segundo o Sky News. A reconstrução exigirá acordos que garantam segurança e estabilidade a longo prazo, um objetivo que depende da cooperação entre as partes. A oferta do Vaticano como sede oferece um símbolo de esperança, mas o sucesso das negociações dependerá da disposição de Rússia e Ucrânia em superar profundas desconfianças mútuas, em um esforço para restaurar a paz e proteger as comunidades afetadas por anos de violência.

Gustavo De Oliveira

Escritor

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