Durante uma visita estratégica ao Golfo Pérsico, realizada entre 13 e 16 de maio de 2025, o presidente dos Estados Unidos, Donald J. Trump, consolidou uma série de acordos econômicos que prometem fortalecer a indústria americana e gerar milhares de empregos. Em Doha, Qatar, Trump celebrou a assinatura de um contrato histórico entre a Qatar Airways e a Boeing, avaliado em US$ 96 bilhões, para a compra de até 210 jatos de fuselagem larga, incluindo 130 Boeing 787 Dreamliners e 30 777Xs, com opções para mais 50 aeronaves. A Casa Branca, embora tenha corrigido a estimativa inicial de Trump de US$ 200 bilhões, destacou que o acordo é o maior pedido de jatos de fuselagem larga na história da Boeing e apoiará cerca de 154 mil empregos anuais nos EUA, totalizando mais de 1 milhão ao longo do ciclo de produção. Esse marco reforça a importância de parcerias comerciais que priorizem a manufatura e a soberania econômica, valores essenciais para comunidades que buscam prosperidade e estabilidade.
O acordo com a Qatar Airways, assinado na presença de Trump, do emir do Qatar, Sheikh Tamim bin Hamad Al Thani, do CEO da Boeing, Kelly Ortberg, e do CEO da Qatar Airways, Badr Mohammed Al-Meer, inclui mais de 400 motores da GE Aerospace, marcando também o maior pedido da história da empresa. A escolha dos motores GEnx da GE, em vez dos Trent 1000 da Rolls-Royce, reflete a confiança na tecnologia americana e a necessidade de aeronaves adaptadas às condições extremas do Golfo. A Casa Branca afirmou que o pacote de acordos com o Qatar, que abrange aviação, defesa, energia e tecnologia, gerará um “intercâmbio econômico” de pelo menos US$ 1,2 trilhão, incluindo US$ 38 bilhões em possíveis investimentos na base aérea de Al Udeid e em capacidades de defesa aérea e marítima. Esses compromissos, embora parcialmente baseados em memorandos de entendimento não vinculativos, sinalizam um fortalecimento da parceria estratégica entre Washington e Doha, com benefícios mútuos para a segurança regional e a economia americana.
Na etapa final da viagem, em Abu Dhabi, Trump anunciou acordos com os Emirados Árabes Unidos (EAU) que totalizam mais de US$ 200 bilhões, além de acelerar um compromisso previamente anunciado de US$ 1,4 trilhão em investimentos nos EUA ao longo de 10 anos. Durante encontro com o presidente dos EAU, Sheikh Mohamed bin Zayed Al Nahyan, e com a presença de figuras como Sheikh Tahnoon bin Zayed Al Nahyan, conselheiro de segurança nacional e presidente de fundos soberanos, os dois países assinaram um acordo de “Parceria de Aceleração em Inteligência Artificial”, que inclui a construção de um grande centro de dados em Abu Dhabi. Outros destaques incluem um projeto de US$ 4 bilhões da Emirates Global Aluminum para uma fundição em Oklahoma e parcerias de US$ 60 bilhões entre a Abu Dhabi National Oil Company e empresas americanas como ExxonMobil e Occidental Petroleum para expandir a produção de petróleo e gás. Essas iniciativas reforçam a visão de Trump de atrair investimentos estrangeiros para fortalecer a infraestrutura e a liderança tecnológica dos EUA.
Os acordos, celebrados em meio a uma intensa agenda diplomática, também levantaram questionamentos éticos, especialmente devido à oferta do Qatar de doar um Boeing 747-8, avaliado em US$ 400 milhões, para servir como Air Force One temporário. Críticos, incluindo o congressista Ritchie Torres, apontam possíveis violações da cláusula de emolumentos da Constituição americana, que proíbe autoridades de aceitarem presentes de governos estrangeiros sem aprovação do Congresso. A Casa Branca defendeu a legalidade da proposta, que ainda está sob revisão, enquanto Trump argumentou que recusar o presente seria desvantajoso para os contribuintes, dado o atraso na entrega dos novos aviões presidenciais da Boeing, previsto para 2029. Apesar das controvérsias, os acordos reforçam a estratégia de Trump de priorizar o crescimento econômico por meio de parcerias com aliados estratégicos, um modelo que ressoa com aqueles que valorizam a ordem e a prosperidade em um cenário global competitivo.