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Trump Anuncia Fim das Sanções contra a Síria em Fórum na Arábia Saudita: Um Novo Capítulo para a Região

Durante o Fórum de Investimento EUA-Arábia Saudita, realizado em Riad no dia 13 de maio de 2025, o presidente dos Estados Unidos, Donald J. Trump, anunciou a decisão de suspender todas as sanções impostas à Síria, marcando uma mudança significativa na política externa americana no Oriente Médio. Em um discurso que combinou diplomacia e otimismo econômico, Trump declarou: “Quero dar a eles uma chance de grandeza”, referindo-se ao novo governo sírio liderado pelo presidente interino Ahmed al-Sharaa, que assumiu o poder após a queda do regime de Bashar al-Assad em dezembro de 2024. A declaração, que provocou uma ovação de pé liderada pelo príncipe herdeiro saudita Mohammed bin Salman, sinaliza um esforço para apoiar a reconstrução da Síria e fortalecer laços com aliados regionais, ao mesmo tempo em que promove a estabilidade e a prosperidade, valores que ressoam em comunidades que priorizam a ordem e a recuperação pós-conflito.

A decisão de Trump, anunciada no primeiro dia de uma viagem de quatro dias pelo Golfo que incluiu visitas ao Qatar e aos Emirados Árabes Unidos, foi influenciada por conversas com o príncipe Mohammed bin Salman e o presidente turco Recep Tayyip Erdoğan, ambos defensores do alívio das sanções para facilitar a reintegração da Síria na comunidade internacional. As sanções, em vigor desde 1979 e intensificadas durante o regime de Assad, foram descritas por Trump como “brutais e incapacitantes”, embora ele reconhecesse seu papel em pressionar o governo anterior. A suspensão, que ainda requer aprovação do Congresso devido à classificação da Síria como estado patrocinador do terrorismo, é vista como um passo crucial para aliviar o sofrimento de civis sírios após 14 anos de guerra civil, que devastou a infraestrutura e a economia do país, reduzindo o PIB de US$ 60 bilhões em 2010 para cerca de US$ 9 bilhões em 2024, segundo estimativas do Banco Mundial.

A reação na Síria foi de celebração. Em Damasco, multidões tomaram as ruas, exibindo bandeiras sírias e sauditas, enquanto fogos de artifício iluminavam o céu, conforme relatado pela CNN. O ministro da Economia e Comércio sírio, Mohammad Nidal al-Shaar, emocionado em entrevista à Al Arabiya, afirmou que a decisão marca o início de uma “renascença econômica” para o país, com expectativas de investimentos iniciais de sírios no exterior e de nações aliadas. Em Riad, Trump se reuniu brevemente com al-Sharaa no dia 14 de maio, no primeiro encontro entre um presidente americano e um líder sírio em 25 anos, destacando a disposição dos EUA em explorar a normalização das relações com o novo governo. O secretário de Estado, Marco Rubio, também planeja se reunir com o ministro das Relações Exteriores sírio na Turquia, reforçando o compromisso com a diplomacia.

O anúncio, no entanto, gerou controvérsias. Israel, que realizou dezenas de ataques aéreos na Síria nos últimos meses e mantém tropas no sul do país, expressou preocupações com a possibilidade de o governo de al-Sharaa, ligado ao grupo Hayat Tahrir al-Sham (HTS), classificado como terrorista pelos EUA até dezembro de 2024, fortalecer grupos extremistas. O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, havia pedido a Trump que mantivesse as sanções, segundo a NPR. Além disso, a decisão contrasta com a suspensão de ajuda humanitária americana à África do Sul, criticada por organizações como a UNAIDS, que alertaram para o impacto em programas de combate ao HIV. Apesar das críticas, a Casa Branca defendeu a medida como parte de uma estratégia mais ampla para estabilizar o Oriente Médio, com Trump enfatizando a importância de “comércio, não caos” em sua visão para a região.

O fórum em Riad também foi palco de acordos econômicos significativos, incluindo um pacote de defesa de US$ 142 bilhões com a Arábia Saudita, descrito pela Casa Branca como o maior acordo de cooperação militar da história americana, e um compromisso saudita de investir US$ 600 bilhões nos EUA, abrangendo tecnologia, energia e defesa. A presença de líderes empresariais como Elon Musk, Sam Altman, da OpenAI, e Jensen Huang, da Nvidia, sublinhou o foco de Trump em atrair investimentos para impulsionar a economia americana. A suspensão das sanções à Síria, combinada com esses acordos, reflete uma abordagem que busca aliar diplomacia econômica à reconstrução regional, promovendo um futuro onde a estabilidade e a prosperidade sejam pilares para nações em recuperação.

Gustavo De Oliveira

Escritor

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