O primeiro-ministro do Reino Unido, Sir Keir Starmer, anunciou uma série de medidas para reforçar o controle das fronteiras e reduzir a imigração em massa, em um discurso proferido em 12 de maio de 2025. Alertando para os riscos de uma nação fragmentada, Starmer declarou que, sem regras rigorosas, o país poderia se tornar “uma ilha de estranhos”, em vez de uma comunidade unida. A iniciativa, detalhada em comunicados oficiais do governo britânico, visa reformar o sistema de vistos, intensificar a fiscalização e promover a integração cultural, com ênfase na obrigatoriedade de imigrantes aprenderem a língua inglesa. A proposta reflete a crescente preocupação com a coesão social e a segurança nacional, valores fundamentais para uma sociedade que busca equilíbrio entre abertura e estabilidade.
As novas políticas, descritas como parte do “Plano para Mudança” do governo trabalhista, incluem regras mais rígidas para vistos de trabalho, estudo e reunificação familiar. Segundo o gabinete do primeiro-ministro, o objetivo é priorizar os interesses dos cidadãos britânicos, garantindo que a imigração seja sustentável e alinhada às necessidades econômicas do país. Dados do Office for National Statistics (ONS) mostram que a imigração líquida atingiu 906 mil pessoas em 2023, um nível que Starmer classificou como insustentável. Entre as medidas, está a introdução de penalidades mais duras para empregadores que contratam trabalhadores ilegais e o fortalecimento da cooperação com países europeus para combater redes de tráfico humano, responsáveis por travessias perigosas no Canal da Mancha.
O discurso de Starmer também abordou a importância da integração cultural, um tema que ressoa entre aqueles que valorizam a identidade nacional. O primeiro-ministro defendeu que imigrantes devem adotar os costumes britânicos, com ênfase no aprendizado do inglês como ferramenta essencial para a participação na sociedade. “Uma nação não é apenas um lugar, mas um conjunto de valores compartilhados”, afirmou, destacando a necessidade de evitar a formação de comunidades isoladas. Essa visão ganhou apoio entre setores que veem a coesão social como base para a prosperidade, embora críticos apontem que as medidas podem endurecer excessivamente o sistema de imigração, afetando setores dependentes de mão de obra estrangeira, como saúde e construção.
O contexto das reformas é marcado por desafios históricos. O Reino Unido enfrenta pressões demográficas e econômicas desde o Brexit, que restringiu a livre circulação de trabalhadores europeus, aumentando a dependência de imigrantes de países fora da UE. Em 2024, cerca de 120 mil pessoas cruzaram o Canal da Mancha em pequenos barcos, segundo o Home Office, um número que intensificou o debate público sobre segurança nas fronteiras. Starmer, que assumiu o governo em julho de 2024, rompe com a abordagem de gestões anteriores, que ele acusou de conduzir uma “experiência de fronteiras abertas”. A mudança de tom reflete a pressão de eleitores preocupados com a sobrecarga de serviços públicos e a preservação da identidade britânica, temas que ganham eco em comunidades que priorizam ordem e unidade.
As medidas anunciadas já geraram reações mistas. O jornal The Telegraph destacou o apoio de setores conservadores, que veem nas reformas um retorno ao controle soberano das fronteiras, enquanto o The Guardian alertou para o risco de alienar comunidades imigrantes que contribuem significativamente para a economia. Nos próximos meses, o governo planeja detalhar como as novas regras serão implementadas, incluindo a criação de um sistema de pontos para vistos de trabalho, inspirado no modelo australiano. Enquanto o Reino Unido navega por esse momento de transição, a promessa de Starmer de retomar o controle das fronteiras sinaliza um esforço para equilibrar hospitalidade com responsabilidade, em um país que busca reafirmar sua identidade em um mundo globalizado.