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Britânicos Enfrentam Barreiras para Viver com Cônjuges: Rupert Lowe Critica Aumento do Requisito de Renda para Vistos

O parlamentar britânico Rupert Lowe, representante de Great Yarmouth, intensificou o debate sobre as políticas de imigração do Reino Unido ao criticar o aumento do Requisito Mínimo de Renda (MIR) para vistos de cônjuge, que passou de £18.600 para £29.000 em abril de 2024. Em declarações contundentes, Lowe acusou o Home Office de tratar “britânicos decentes como criminosos” por desejarem viver com seus cônjuges estrangeiros, enquanto, segundo ele, migrantes ilegais recebem apoio estatal. A mudança, parte de uma estratégia do governo anterior para reduzir a imigração, tem gerado indignação entre cidadãos britânicos que enfrentam dificuldades financeiras e burocráticas para reunir suas famílias, levantando questões sobre justiça e o direito à vida familiar, valores fundamentais para uma sociedade que preza pela estabilidade e pela união.

O MIR, introduzido em 2012, exige que o patrocinador britânico de um cônjuge estrangeiro comprove uma renda mínima anual para garantir que a família não dependa de benefícios públicos. Com o aumento para £29.000, e planos iniciais de elevá-lo a £38.700 (posteriormente suspensos), o requisito exclui cerca de 50% dos trabalhadores britânicos, cuja renda média é inferior a esse valor, segundo dados do Office for National Statistics (ONS). Lowe, em posts no X e pronunciamentos públicos, destacou o impacto devastador da política, relatando casos de casais separados por anos devido a custos elevados – que podem chegar a £14.000, incluindo taxas de visto e cidadania – e exigências burocráticas rigorosas. Ele contrastou o tratamento dado a esses cidadãos com a percepção de leniência em relação a migrantes ilegais, que, segundo ele, recebem moradia e assistência sem enfrentarem obstáculos semelhantes.

A crítica de Lowe ecoa preocupações levantadas em debates parlamentares, como registrado no Hansard em 20 de janeiro de 2025. Parlamentares, incluindo Abtisam Mohamed, de Sheffield Central, argumentaram que o MIR é “cruel e discriminatório”, afetando desproporcionalmente mulheres, mães solteiras e trabalhadores em regiões de baixa renda, como Birmingham, onde a renda média é £6.000 inferior à média nacional. O Migrant Integration Policy Index, que avalia políticas de reunificação familiar em 56 países, coloca o Reino Unido próximo ao último lugar, evidenciando a rigidez do sistema. Um caso emblemático, citado no Hansard, envolve um britânico que optou por deixar o país para viver com sua esposa em Taiwan, descrevendo a política como um “imposto sobre o amor” que julga as pessoas pela “carteira” e pela origem.

Defensores da política, incluindo o ex-secretário do Interior James Cleverly, justificam o aumento do MIR como necessário para proteger o sistema de bem-estar social, alegando que famílias com renda insuficiente podem se tornar um “fardo” para o Estado. No entanto, críticos, como Lowe, apontam que cônjuges em vistos familiares não têm acesso a fundos públicos, questionando a lógica da medida. A Migration Advisory Committee, órgão consultivo do governo, está revisando o impacto do MIR, mas famílias afetadas exigem mudanças urgentes, incluindo a redução do limite ou a consideração da renda potencial do cônjuge estrangeiro, como ocorre em outros países.

O debate também reflete tensões mais amplas sobre imigração. Lowe, é conhecido por suas posições firmes contra a imigração ilegal, defendendo deportações em massa e criticando a alocação de recursos para migrantes sem status legal. Sua campanha pelo direito dos britânicos de viverem com seus cônjuges, no entanto, revela uma preocupação com a equidade, destacando o que ele vê como uma inversão de prioridades: enquanto casais legítimos enfrentam “barreiras humilhantes”, o governo gasta milhões em acomodações para migrantes irregulares, como relatado pelo The Telegraph. Essa narrativa ressoa entre eleitores que valorizam a justiça e a proteção dos direitos dos cidadãos britânicos, em um momento em que a confiança nas instituições está abalada.

Enquanto o governo trabalhista de Keir Starmer promete revisar as políticas de imigração, a pressão por reformas no sistema de vistos familiares cresce. A suspensão do aumento para £38.700, anunciada pelo Home Office em dezembro de 2023, foi um alívio parcial, mas o limite de £29.000 continua inacessível para muitos. A luta de Lowe e de outros parlamentares por uma política mais justa reflete o desejo de restaurar o equilíbrio entre o controle migratório e o respeito pelos laços familiares, um princípio que une comunidades em busca de harmonia e dignidade.

Gustavo De Oliveira

Escritor

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