O governo de Israel aprovou, em 5 de maio de 2025, um plano para intensificar sua ofensiva militar na Faixa de Gaza, com o objetivo de assumir o controle total do território e manter tropas no local por tempo indeterminado. A decisão, tomada pelo gabinete de segurança liderado pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, inclui a captura de áreas adicionais, a criação de zonas de segurança permanentes e o deslocamento da população palestina para o sul do enclave, sob a justificativa de protegê-la. A operação, chamada “Carruagens de Gideão”, também prevê a transferência da distribuição de ajuda humanitária para empresas privadas, com o intuito de impedir que o Hamas controle os suprimentos.
A estratégia marca uma mudança em relação às operações anteriores, baseadas em incursões temporárias. Netanyahu afirmou, em pronunciamento, que as Forças de Defesa de Israel (IDF) “não entrarão e sairão” de Gaza, mas permanecerão nas áreas capturadas para derrotar o Hamas e libertar os 59 reféns remanescentes, dos quais 24 estariam vivos, segundo estimativas israelenses. O plano envolve a mobilização de dezenas de milhares de reservistas e a expansão das zonas-tampão ao longo das fronteiras, que já abrangem cerca de 17% do território, conforme dados da organização israelense Gisha. O ministro das Finanças, Bezalel Smotrich, da ala direitista, declarou que Israel “finalmente ocupará Gaza”, reacendendo temores de uma reocupação permanente, semelhante à de 1967 a 2005.
A proposta inclui um novo modelo de distribuição de ajuda humanitária, com hubs controlados por Israel e protegidos por empresas de segurança privadas, como a norte-americana Safe Reach Solutions. A ONU e agências de ajuda rejeitaram a iniciativa, alegando que viola princípios humanitários de imparcialidade e neutralidade, além de restringir o acesso a populações fora das zonas designadas. Desde 2 de março de 2025, Israel impôs um bloqueio total a Gaza, interrompendo o fornecimento de alimentos, água e combustíveis, o que levou a uma crise humanitária sem precedentes, com relatos de fome generalizada e mortes por desnutrição, segundo o Ministério da Saúde de Gaza.