Assine Agora

Edit Template

Folha Do MS

Católicos Conservadores Apoiam Cardeal Robert Sarah como Próximo Papa

Após a morte do Papa Francisco em 21 de abril de 2025, a Igreja Católica entrou em um período de transição crucial, com o conclave para escolher o próximo pontífice aproximando-se. Entre os nomes cotados, o cardeal Robert Sarah, da Guiné, destaca-se como uma figura de grande apoio entre católicos conservadores, que veem nele um líder capaz de restaurar a ortodoxia doutrinária e enfrentar os desafios contemporâneos. Aos 79 anos, Sarah é conhecido por suas críticas contundentes à islamização do Ocidente, ao islamismo radical, à imigração em massa, à ideologia de gênero, à liturgia moderna, ao secularismo e ao globalismo, posicionando-se como um defensor fervoroso da tradição católica.

Nascido em 15 de junho de 1945, em Ourous, uma vila remota na Guiné, Sarah cresceu em uma família de origem animista convertida ao catolicismo, pertencente à minoria étnica Conagui. Ordenado sacerdote em 1969 e nomeado arcebispo de Conacri aos 34 anos por João Paulo II, ele enfrentou a repressão do regime autoritário de Ahmed Sékou Touré, ganhando respeito por sua coragem. Em 2010, Bento XVI o criou cardeal, e entre 2014 e 2021, Sarah serviu como prefeito da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, onde promoveu a liturgia tradicional, como a missa “ad orientem” e a liturgia tridentina em latim. Seus livros, como Deus ou Nada (2015) e A Força do Silêncio (2016), amplificaram sua influência, sendo elogiados por conservadores e criticados por progressistas.

Sarah é uma voz firme contra o que chama de “decadência ocidental”. Em 2019, em entrevista ao Catholic Herald, ele afirmou que o secularismo, incluindo aborto, eutanásia, pornografia e ideologia de gênero, está “corroendo os fundamentos cristãos” da civilização. Ele rejeita a noção de um “problema homossexual” na Igreja, classificando a homossexualidade como “atos pecaminosos” que requerem conversão a Cristo, e descreveu a ideologia de gênero como uma “recusa luciferiana” de aceitar a natureza sexual dada por Deus. Em 2015, segundo a Catholic News Agency, ele comparou o fundamentalismo islâmico, representado por grupos como Boko Haram e Estado Islâmico, a uma das “feras apocalípticas” que ameaçam a família, ao lado do secularismo ocidental. Suas raízes em um país de maioria muçulmana, mas com tradição de tolerância, moldaram sua visão crítica do islamismo radical.

Sobre imigração, Sarah expressou preocupação com a migração em massa, argumentando em um artigo de 2019 na revista Valeurs Actuelles que ela representa uma “nova forma de escravidão” para os migrantes, que chegam à Europa sem recursos ou dignidade. Ele alertou que, sem nascimentos suficientes, o Ocidente corre o risco de “desaparecer, invadido por estrangeiros, como Roma foi pelos bárbaros”. Essa postura ressoa com movimentos de direita na Europa, como o deputado polonês Dominik Tarcsynski, que, segundo o Telegraph, vê em Sarah uma esperança para preservar a identidade cristã europeia. No entanto, suas palavras geram controvérsia, com críticos, como postagens irônicas relatadas pela Folha de S.Paulo, acusando-o de posturas excludentes.

Na liturgia, Sarah é um defensor da reverência e da tradição. Ele critica as reformas pós-Concílio Vaticano II por, em sua visão, diluírem o sagrado, e promove práticas como o silêncio na adoração e a missa em latim. Em A Força do Silêncio, ele argumenta que a modernização litúrgica ameaça a essência da fé, uma posição que o colocou em tensão com o Papa Francisco, que priorizou uma abordagem pastoral mais inclusiva. Sarah também se opõe ao globalismo, que considera uma tentativa de “suprimir nações” e suas culturas específicas, defendendo que cada povo deve prosperar em seu próprio “solo”, como expresso em discurso à Polônia em 2017.

O apoio a Sarah é evidente entre católicos conservadores, especialmente em plataformas digitais, onde fiéis e comentaristas, como o americano Joey Mannarino, elogiam suas críticas à imigração e à ideologia de gênero.

Ainda assim, para seus apoiadores, Sarah representa uma chance de reafirmar a identidade católica em um mundo que veem como hostil à fé. Sua possível eleição como o primeiro papa negro e africano em mais de 1.500 anos seria histórica, mas também sinalizaria um giro doutrinário que poderia aprofundar divisões na Igreja. Enquanto o conclave se aproxima, o nome de Sarah permanece no centro de um debate fervoroso sobre o futuro do catolicismo.

Gustavo De Oliveira

Escritor

Recentes

  • All Posts
  • Ciência
  • Crime e Justiça
  • Economia
  • Educação
  • Entretenimento
  • Esportes
  • Mato Grosso Do Sul
  • Meio Ambiente
  • Mundo
  • Política
  • Saúde
  • Tecnologia
Edit Template
Você foi inscrito com sucesso! Ops! Algo deu errado, tente novamente.

Links Rápidos

Termos e Condições

Política de Privacidade

Postagens Recentes

  • All Posts
  • Ciência
  • Crime e Justiça
  • Economia
  • Educação
  • Entretenimento
  • Esportes
  • Mato Grosso Do Sul
  • Meio Ambiente
  • Mundo
  • Política
  • Saúde
  • Tecnologia

Contate-Nos

© 2024 Folha Do MS. Todos os direitos reservados.