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Folha Do MS

Meloni e Trump Reforçam Laços em Reunião na Casa Branca com Foco em Comércio e Valores Compartilhados

Em uma visita marcada por gestos de afinidade política, a primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, reuniu-se com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na Casa Branca, em 17 de abril de 2025. Durante o encontro, Meloni declarou seu objetivo de “tornar o Ocidente grande novamente”, adaptando o lema “Make America Great Again” de Trump para expressar uma visão compartilhada de fortalecimento da civilização ocidental. A reunião, a primeira de um líder europeu com Trump desde a imposição de tarifas comerciais no início de abril, destacou discussões sobre comércio, defesa, imigração e a guerra na Ucrânia, mas também revelou tensões, especialmente quanto à postura do presidente americano sobre o conflito ucraniano.

Meloni, líder do partido Irmãos da Itália, foi recebida com entusiasmo por Trump, que a elogiou como uma “líder fantástica” que “conquistou a Europa”. A primeira-ministra, única chefe de governo europeia presente na posse de Trump em 20 de janeiro, buscou posicionar-se como uma ponte entre os EUA e a União Europeia (UE), em um momento de incertezas causadas pelas tarifas de 10% impostas por Trump aos produtos europeus, após uma pausa de 90 dias em taxas mais altas de 20%. A Itália, com um superávit comercial de € 40 bilhões com os EUA, tem muito a perder em uma guerra comercial, especialmente em setores como moda, alimentos (como queijo Parmigiano Reggiano e presunto de Parma) e vinhos, que sustentam pequenas e médias empresas, base eleitoral de Meloni.

No Salão Oval, Meloni enfatizou valores comuns, afirmando que ambos compartilham a luta contra “a ideologia woke e DEI [diversidade, equidade e inclusão] que quer apagar nossa história”. Ela defendeu uma “nacionalismo ocidental” – termo que admitiu ser impreciso – para unir os dois lados do Atlântico em torno de uma civilização compartilhada, em vez de divisões geográficas. Trump, por sua vez, reiterou que não está com pressa para fechar acordos comerciais, destacando que as tarifas estão “enriquecendo” os EUA. Apesar disso, ele sugeriu que um acordo com a UE seria “fácil” e confirmou aceitar um convite de Meloni para visitar Roma, onde poderia encontrar outros líderes europeus, embora sem compromissos firmes.

A guerra na Ucrânia foi um ponto de divergência. Quando questionada por um jornalista italiano sobre a afirmação de Trump de que o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky seria responsável pelo conflito, Meloni interrompeu sua intérprete para evitar que sua resposta, que chamava Vladimir Putin de “invasor”, fosse traduzida diretamente na presença de Trump. Em vez disso, ela destacou em inglês o compromisso da Itália em aumentar seus gastos com defesa na OTAN, que atualmente estão em 1,49% do PIB, abaixo da meta de 2% exigida pela aliança e muito aquém dos 5% sugeridos por Trump. O presidente americano, por sua vez, suavizou sua retórica, dizendo que não responsabiliza Zelensky, mas que o conflito não teria ocorrido em seu primeiro mandato.

A visita de Meloni foi coordenada com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e discutida com líderes como o chanceler alemão Olaf Scholz, refletindo seu papel como mediadora. Contudo, gerou apreensão entre aliados europeus, que temem que a proximidade ideológica com Trump leve a acordos bilaterais que enfraqueçam a unidade da UE. Meloni negou negociações específicas, como um suposto acordo entre a Starlink de Elon Musk e Roma, mas anunciou que empresas italianas investirão € 10 bilhões nos EUA e que a Itália aumentará importações de energia americana.

A reunião, que incluiu um almoço no Gabinete da Casa Branca com o vice-presidente JD Vance e outros membros do governo Trump, foi descrita como calorosa, mas sem avanços concretos. Meloni voltou a Roma para receber Vance no dia seguinte, 18 de abril, enquanto Trump planeja assinar um acordo de minerais com a Ucrânia na semana seguinte, um tema abordado na coletiva. A habilidade de Meloni em navegar entre Trump e a UE será testada nos próximos meses, à medida que o prazo de 90 dias para as tarifas se aproxima, em julho de 2025.

Gustavo De Oliveira

Escritor

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