Em 15 de abril de 2025, o presidente das Maldivas, Mohamed Muizzu, sancionou a terceira emenda à Lei de Imigração, que proíbe a entrada de cidadãos israelenses no país, uma medida aprovada pelo Parlamento como resposta ao conflito em Gaza. Junto a isso, a Constituição de 2008 continua a limitar a cidadania exclusivamente a muçulmanos sunitas, vedando a naturalização de pessoas de outras religiões, incluindo cristãos, hindus e judeus. Essas políticas, que reforçam o nacionalismo e a homogeneidade religiosa, estão gerando críticas por restringir liberdades fundamentais e afastar turistas, incluindo cristãos, que veem as Maldivas como um destino cada vez menos acolhedor.
A nova lei de imigração impede que portadores de passaportes israelenses, mesmo para fins turísticos, entrem no arquipélago. O Ministério do Interior confirmou a implementação imediata, mas não esclareceu como a medida se aplica a casos de dupla nacionalidade. Embora o turismo seja vital para a economia, respondendo por 28% do PIB em 2023, segundo a Organização Mundial do Turismo (UNWTO), a proibição de israelenses tem impacto limitado, já que eles representam menos de 1% dos visitantes. No entanto, a rigidez da política, combinada com a exclusividade religiosa da Constituição, tem levado turistas cristãos a reconsiderarem o destino. Relatos em fóruns de viagem, como o TripAdvisor, indicam que viajantes de países como Reino Unido e EUA, muitos de fé cristã, estão optando por outros destinos tropicais, devido às restrições religiosas e ao clima de intolerância percebido.
A Constituição de 2008, que estabelece o Islã sunita como religião oficial e pré-requisito para cidadania, proíbe a prática pública de outras religiões por cidadãos maldívios, com punições que incluem a perda de direitos civis. O Artigo 9.º impede a naturalização de não muçulmanos, e o relatório de 2023 do Departamento de Estado dos EUA sobre liberdade religiosa classifica as Maldivas como um dos países mais restritivos do mundo, onde até a posse de Bíblias por residentes pode ser penalizada. Com 98% da população de 540 mil habitantes sendo muçulmana sunita, segundo o censo de 2014.
A combinação dessas medidas está prejudicando a imagem das Maldivas como um destino turístico inclusivo. A ênfase na uniformidade cultural, embora enraizada na história do país, contrasta com a necessidade de atrair visitantes de diversas origens para sustentar sua economia. Enquanto Muizzu defende suas políticas como proteção da identidade nacional, o crescente desinteresse de turistas cristãos e as críticas internacionais sugerem que o arquipélago pode pagar um preço alto por seu isolamento religioso e político.