O remake em live-action de Branca de Neve, lançado pela Disney em 21 de março de 2025, enfrenta uma recepção excepcionalmente negativa, com uma nota média de 1,6/10 no IMDb, baseada em cerca de 229 mil avaliações. Essa pontuação coloca o filme entre os mais mal avaliados da história da plataforma, empatando com produções como O Filme do Máskara (2005) e ficando abaixo de Dragon Ball Evolution (2,5/10) e Cats (2,8/10). O desempenho desastroso, aliado a uma bilheteria global de US$ 184,2 milhões contra um orçamento de US$ 240-270 milhões, marca o longa como um dos maiores fracassos da Disney, levando à suspensão do live-action de Enrolados em abril de 2025.
Dirigido por Marc Webb (O Espetacular Homem-Aranha), o filme é estrelado por Rachel Zegler como Branca de Neve e Gal Gadot como a Rainha Má. A produção buscou reimaginar o clássico animado de 1937, baseado no conto dos Irmãos Grimm, com uma abordagem modernizada. Entre as mudanças, a protagonista assume um papel mais ativo, liderando uma revolução contra a madrasta com a ajuda de sete personagens mágicos (não chamados de “anões” no filme) e um novo interesse amoroso, Jonathan, um ladrão interpretado por Andrew Burnap. Novas canções de Benj Pasek e Justin Paul, responsáveis por La La Land, foram adicionadas, mas não conseguiram resgatar a narrativa.
As críticas ao filme começaram antes da estreia. A escalação de Zegler, de ascendência colombiana, gerou debates acalorados, com setores do público questionando sua adequação ao papel de uma personagem descrita como de “pele branca como a neve”. Declarações da atriz, que chamou a animação original de “ultrapassada” e criticou a passividade da protagonista, intensificaram a rejeição, com acusações de que a Disney estaria promovendo uma agenda ideológica. A decisão de substituir os anões por personagens criados em CGI, após críticas do ator Peter Dinklage sobre estereótipos, também foi mal recebida, com o visual sendo descrito como “esquisito” e “desconfortável”. Além disso, o contraste político entre Zegler (pró-Palestina) e Gadot (pró-Israel) alimentou boicotes de ambos os lados, com Gadot recebendo ameaças que exigiram segurança extra da Disney.
O fracasso comercial e crítico reflete uma crise mais ampla nos remakes live-action da Disney. Produções como Peter Pan & Wendy (4,4/10) e Pinóquio (5,1/10) já haviam decepcionado, mas Branca de Neve se destaca pela rejeição intensa, reforçando críticas à estratégia do estúdio de reimaginar clássicos sem respeitar o apelo original. A narrativa revisada, que abandona o romantismo do príncipe em favor de uma protagonista militante, e o uso excessivo de CGI foram apontados como fatores que alienaram o público tradicional, enquanto a tentativa de agradar novas audiências não conquistou o impacto esperado.