Pelo quarto dia seguido, as Forças Armadas dos Estados Unidos, incluindo a Força Aérea e a Marinha, realizaram ataques aéreos contra alvos controlados pelos Houthis na capital iemenita, Sanaa, e em outras regiões do Iêmen, em 18 de abril de 2025. A ofensiva, que utiliza caças F/A-18E/F Super Hornets do porta-aviões USS Harry S. Truman e bombardeiros stealth B-2A Spirit, é uma resposta direta aos ataques do grupo Houthi contra navios comerciais e militares no Mar Vermelho, bem como às demonstrações públicas em Sanaa que incluíram gritos de “morte à América”. A campanha, iniciada em 15 de março, reflete a determinação do governo do presidente Donald Trump de conter a ameaça Houthi, que tem perturbado a navegação em uma das rotas comerciais mais importantes do mundo.
Os ataques, liderados pelo Comando Central dos EUA (CENTCOM), atingiram mais de 30 alvos desde o início da operação, incluindo centros de comando e controle, instalações de armazenamento de armas, fábricas de mísseis e drones, e infraestrutura de operações de drones. Segundo o tenente-general Alex Grynkewich, diretor de operações do Estado-Maior Conjunto, os alvos incluem locais estratégicos como um complexo governamental em Al-Hazm, na província de Al Jawf, onde foi morto um alto oficial Houthi, Zain al-Abidin Ali Abdullah al-Muhturi. Relatos indicam que as operações também destruíram depósitos de combustível em Ras Isa e instalações militares em Hodeidah, Saada e Marib, com o objetivo de degradar a capacidade militar do grupo apoiado pelo Irã.
Os Houthis, que controlam Sanaa e grande parte do noroeste do Iêmen desde 2014, intensificaram seus ataques no Mar Vermelho desde outubro de 2023, inicialmente em apoio ao Hamas durante a guerra em Gaza. O grupo realizou mais de 190 ataques a navios, afundando dois, capturando um e matando pelo menos quatro tripulantes, segundo o CENTCOM. Embora afirmem visar apenas embarcações ligadas a Israel, muitas das vítimas não tinham conexão com o país, o que forçou grandes companhias marítimas a redirecionarem suas rotas pelo Cabo da Boa Esperança, aumentando custos e atrasos no comércio global. Protestos em Sanaa, com bandeiras palestinas e slogans antiamericanos, reforçaram a narrativa Houthi de resistência, mas também atraíram a atenção dos EUA, que veem essas ações como uma ameaça direta aos seus interesses.
A ofensiva americana utiliza uma combinação de precisão e poder de fogo. Os F/A-18 Super Hornets, armados com mísseis AGM-154 Joint Standoff Weapons (JSOW) e AGM-84H SLAM-ER, operam a partir do Mar Vermelho, enquanto os B-2A, baseados na ilha de Diego Garcia, no Oceano Índico, demonstram a capacidade dos EUA de atingir alvos subterrâneos fortificados, enviando um sinal ao Irã, principal apoiador dos Houthis. Imagens de satélite divulgadas pela Planet Labs mostram danos significativos no porto de Ras Isa, embora relatos indiquem que navios no local sofreram danos limitados. O CENTCOM negou alegações Houthi de 50 mortes civis, afirmando que não há evidências de baixas não combatentes.