A deputada federal brasileira Erika Hilton (PSOL-SP), uma das primeiras parlamentares trans da Câmara dos Deputados, cancelou sua participação na Brazil Conference at Harvard & MIT 2025, em Cambridge, após receber um visto diplomático dos Estados Unidos que a identificava como do gênero masculino. O documento, emitido em 3 de abril de 2025, contraria sua certidão de nascimento retificada e passaporte brasileiro, que reconhecem seu gênero como feminino. A decisão da embaixada americana, que reflete uma ordem executiva do presidente Donald Trump assinada em 20 de janeiro de 2025, foi classificada por Hilton como “transfobia de Estado” e um desrespeito à soberania brasileira, gerando uma crise diplomática e debates sobre direitos humanos.
No entanto, a nova política de Trump, estabelecida pela Ordem Executiva 14168, reconhece apenas os gêneros masculino e feminino como “imutáveis desde o nascimento”, suspendendo a opção de gênero “X” para pessoas não binárias e desconsiderando autodeterminações de gênero. A embaixada dos EUA, em nota à CNN Brasil, confirmou que “os registros de visto são confidenciais” e que a política atual limita o reconhecimento a dois sexos, sem comentar casos individuais.