A Prefeitura de Dourados, em Mato Grosso do Sul, tem intensificado o atendimento à população em situação de vulnerabilidade por meio dos Centros de Referência de Assistência Social (CRAS), unidades públicas que oferecem suporte a famílias e indivíduos em condições de risco social. Em 2024, os cinco CRAS do município realizaram 37.614 atendimentos, beneficiando 12.538 famílias, segundo dados divulgados pela Secretaria Municipal de Assistência Social em 31 de março de 2025. Esses números refletem o papel essencial dos centros no enfrentamento de desafios como pobreza, insegurança alimentar e violência doméstica, especialmente em bairros periféricos da cidade.
Os CRAS de Dourados – localizados nos bairros Jóquei Clube, Izidro Pedroso, Parque do Lago II, Vila Cachoeirinha e Canaã I – atendem a públicos diversos, incluindo pessoas com deficiência, idosos, crianças, adolescentes e beneficiários de programas sociais como o Bolsa Família e o Benefício de Prestação Continuada (BPC). Entre os serviços oferecidos estão o acompanhamento familiar pelo Serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família (PAIF), oficinas socioeducativas, encaminhamentos para benefícios sociais e orientações para acesso a direitos. Além disso, os centros promovem atividades culturais e esportivas, como oficinas de música e dança, que ajudam a fortalecer os laços comunitários e a autoestima dos participantes.
Um exemplo do impacto dos CRAS é o trabalho realizado com famílias em situação de extrema pobreza. Em 2024, 2.146 atendimentos foram direcionados a pessoas em insegurança alimentar, resultando na entrega de cestas básicas e na inclusão em programas de transferência de renda. Outra frente importante é o combate à violência doméstica: os centros encaminharam 378 mulheres para redes de proteção, como a Casa da Mulher Brasileira, e ofereceram suporte psicológico e jurídico. “O CRAS é a porta de entrada para quem precisa de ajuda. Nosso objetivo é garantir dignidade e cidadania, seja por meio de um benefício ou de uma escuta acolhedora”, afirmou a secretária de Assistência Social, Mariana de Souza.
Os CRAS também têm se destacado na inclusão de crianças e adolescentes. No último ano, 5.230 jovens participaram de atividades do Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV), que incluem oficinas de arte, esporte e cidadania, realizadas no contraturno escolar. Essas ações visam prevenir situações de risco, como o envolvimento com drogas ou a evasão escolar, e promover o desenvolvimento integral dos participantes. Além disso, os centros realizam visitas domiciliares e encontros com famílias para identificar necessidades e oferecer soluções personalizadas.
Dourados, com uma população de cerca de 230 mil habitantes segundo o IBGE, enfrenta desafios sociais agravados pela desigualdade e pela falta de oportunidades em algumas regiões. Os CRAS, financiados pelo Ministério da Cidadania em parceria com a prefeitura, são uma resposta direta a essas questões, funcionando como um elo entre a população e as políticas públicas. Apesar do volume de atendimentos, a demanda ainda é alta, e a prefeitura planeja expandir os serviços, com a possibilidade de abrir uma nova unidade no bairro Jardim Água Boa até 2026, para atender a uma área de grande vulnerabilidade.