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Folha Do MS

Vice-Cônsul da Síria é Preso em Mato Grosso do Sul com Mais de 500 iPhones Contrabandeados

Na noite de sexta-feira, 28 de março de 2025, uma operação da Polícia Rodoviária Federal (PRF) na BR-463, entre Dourados e Ponta Porã, em Mato Grosso do Sul, resultou na prisão de Márcio Hanna Hanasi Youssef, vice-cônsul da Síria no Brasil. O diplomata foi flagrado transportando 576 iPhones, 28 Apple Watches, 12 garrafas de vinho e relógios de luxo sem documentação legal, em um caso que expõe vulnerabilidades na fiscalização de contrabando na região de fronteira com o Paraguai. A abordagem ocorreu por volta das 23h, e os bens apreendidos foram avaliados em mais de R$ 3,5 milhões, considerando apenas os celulares, que podem custar até R$ 15 mil cada no mercado brasileiro.

A ação começou quando os agentes da PRF, durante uma fiscalização de rotina, desconfiaram do veículo Hyundai Vera Cruz conduzido por Youssef, registrado como pertencente ao consulado sírio. Segundo relatos, o vice-cônsul demonstrou nervosismo ao ser abordado, o que levou os policiais a inspecionar o porta-malas. Lá, encontraram as mercadorias escondidas, todas sem notas fiscais ou comprovação de importação regular. Questionado, Youssef afirmou possuir uma loja de celulares e que os produtos seriam revendidos em São Paulo, mas não forneceu detalhes sobre o destino exato nem apresentou documentos que justificassem a origem dos itens.

A região de Ponta Porã, próxima à cidade paraguaia de Pedro Juan Caballero, é conhecida como um corredor histórico de contrabando, especialmente de eletrônicos e cigarros. A PRF tem intensificado operações na BR-463 para coibir o comércio ilegal, que movimenta milhões anualmente e frequentemente envolve redes organizadas. A prisão de um diplomata, no entanto, adiciona uma camada de complexidade ao caso, levantando questões sobre o uso de imunidades consulares para atividades ilícitas. Youssef, que também tem nacionalidade brasileira e é sobrinho do cônsul sírio em Mato Grosso do Sul, foi encaminhado à delegacia da Polícia Federal em Ponta Porã para os procedimentos legais.

A legislação brasileira prevê que crimes como contrabando – tipificado no artigo 334-A do Código Penal, com pena de dois a cinco anos de reclusão – não estão cobertos pela imunidade diplomática quando praticados fora do exercício oficial da função. Assim, apesar de seu status consular, Youssef não escapou da prisão em flagrante. A PF agora investiga se o vice-cônsul agia sozinho ou integrava uma rede maior, além de apurar a procedência exata dos produtos, que teriam sido adquiridos no Paraguai, onde os preços de eletrônicos são significativamente mais baixos devido à ausência de impostos elevados.

O caso gerou repercussão imediata, com autoridades reforçando a necessidade de maior controle nas fronteiras. O delegado da PF em Ponta Porã, Bruno Maciel, destacou que a operação faz parte de um esforço contínuo para desarticular o fluxo de mercadorias ilegais que prejudicam a economia formal e financiam outras atividades criminosas. Enquanto isso, o consulado sírio ainda não se pronunciou oficialmente sobre o incidente, que coloca em xeque a conduta de um de seus representantes no Brasil.

Gustavo De Oliveira

Escritor

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