O Brasil alcançou um marco impressionante no mercado de trabalho em fevereiro de 2025, com a criação de 431.995 empregos formais, segundo dados do Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo Caged), divulgados pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) na sexta-feira, 28 de março. Esse número, o maior saldo mensal desde o início da série histórica em 2020, resulta de 2.579.192 contratações e 2.147.197 desligamentos, refletindo um aquecimento robusto da economia nacional. No acumulado do ano, o saldo já soma 576.081 vagas, enquanto os últimos 12 meses registram 1.782.761 empregos criados, elevando o estoque total de vínculos celetistas para 47.780.769 – um crescimento de 0,91% em relação a janeiro.
O setor de serviços liderou a geração de empregos, com 254.812 novas vagas, seguido pela indústria (69.884), comércio (46.587), construção (40.871) e agropecuária (19.842). Todas as cinco regiões do país apresentaram números positivos, com São Paulo à frente, criando 137.581 postos, seguido por Minas Gerais (52.603) e Paraná (39.176). Apenas Alagoas registrou saldo negativo, com a perda de 5.471 empregos, enquanto Goiás, Tocantins e Mato Grosso do Sul se destacaram em termos relativos, com variações positivas acima de 1,2%. Um dado curioso é o predomínio das mulheres na ocupação das vagas: elas ficaram com 229.163 postos, contra 202.832 preenchidos por homens, com a faixa etária de 18 a 24 anos liderando o saldo (170.593).
O salário médio de admissão, no entanto, caiu 3,48% em relação ao mês anterior, ficando em R$ 2.205,25 – uma redução real de R$ 79,41. O ministro Luiz Marinho atribuiu o desempenho recorde às políticas de reindustrialização e investimentos do governo federal, destacando iniciativas como a produção local de equipamentos de saúde e combustíveis sustentáveis. “Estimulamos um monte de investimento, e esse é o resultado”, declarou em coletiva em Brasília. Ele ponderou, contudo, que os dados de fevereiro são sazonais e que março pode trazer uma queda, mas defendeu a continuidade do crescimento econômico para reduzir o subemprego e o desemprego, criticando a política de juros altos do Banco Central.
O resultado superou as expectativas do mercado, que previa cerca de 250 mil vagas segundo uma pesquisa da Reuters, e reforça um cenário de otimismo em meio a desafios como a taxa Selic, mantida em 14,25% pelo Copom. Com 47,78 milhões de trabalhadores formais, o Brasil mostra resiliência e capacidade de geração de empregos de qualidade, mesmo diante de pressões econômicas globais e internas. O impacto das micro e pequenas empresas, responsáveis por grande parte das contratações, também sinaliza a força do empreendedorismo como motor do crescimento.