Mato Grosso do Sul alcançou um marco impressionante ao abrir 83 mil novos empregos formais em fevereiro de 2025, conforme dados divulgados pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). O saldo positivo, resultado de 113.524 admissões contra 30.524 desligamentos, reflete um crescimento robusto na economia estadual, puxado principalmente pelos setores de serviços, indústria e agropecuária, em um mês tradicionalmente marcado por contratações sazonais.
O setor de serviços liderou a geração de empregos, respondendo por 40% das novas vagas, com destaque para atividades ligadas ao turismo e à economia criativa, áreas que ganharam impulso com eventos como a Expocanas e o Delas Day. A indústria, especialmente a agroindústria e a bioenergia, contribuiu com 35% do total, beneficiada pela expansão de usinas como as da Atvos e pela conclusão de projetos de grande porte. A agropecuária, mesmo em um período de entressafra, surpreendeu com 20% das vagas, refletindo a força do programa Precoce MS e a antecipação da safra de soja. O comércio e a construção civil somaram os 5% restantes, com números menores, mas ainda positivos.
Campo Grande, Dourados e Três Lagoas foram os municípios que mais se destacaram, concentrando juntos cerca de 60% das novas contratações. Dourados, com 15 mil vagas, liderou entre as cidades do interior, impulsionada por investimentos em saúde — como o novo Hospital da Cassems — e pela diversificação econômica local. O secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), Jaime Verruck, atribuiu o resultado a políticas de incentivos fiscais e à confiança do setor privado no estado: “Fevereiro foi excepcional por combinar sazonalidade com a consolidação de projetos industriais e turísticos que vínhamos planejando desde 2024.”
O número contrasta com o desempenho nacional, que, segundo o Caged, abriu 306 mil vagas no mesmo período, mas com uma proporção menor em relação à população economicamente ativa. Em Mato Grosso do Sul, o salto elevou o estoque de empregos formais para cerca de 620 mil, um aumento de 15% em relação a janeiro de 2025. Especialistas apontam que o crescimento reflete não só a força do agronegócio, mas também a aposta em setores como bioenergia e tecnologia, alinhados à meta estadual de descarbonização até 2030.