A primeira-dama Rosângela da Silva, conhecida como Janja, embarcou para o Japão na segunda-feira, 17 de março de 2025, cinco dias antes da viagem oficial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, marcada para o dia 24 de março. A partida de Janja, acompanhada pela equipe precursora da Presidência, foi mantida em sigilo, sem divulgação de motivos ou de uma agenda oficial por parte do Palácio do Planalto. A falta de transparência gerou questionamentos sobre os objetivos da antecipação e os custos da viagem, que ainda não foram detalhados publicamente.
De acordo com informações do Poder360 e da coluna de Mônica Bergamo na Folha de S.Paulo, Janja viajou com o grupo responsável por preparar a visita de Estado de Lula, composto por diplomatas, militares e agentes da Polícia Federal. Essa equipe, cuja liberação para a viagem entre 16 e 29 de março foi publicada no Diário Oficial da União (DOU), geralmente organiza questões de segurança e logística antes da chegada do presidente. No entanto, a presença de Janja no grupo, sem uma explicação clara de suas atividades, foge do padrão usual, já que primeiras-damas não costumam integrar equipes precursoras de forma tão antecipada.
A assessoria da primeira-dama justificou a viagem afirmando que Janja participará de compromissos prévios no Japão, mas não especificou datas, horários ou temas das agendas. Essa discrição contrasta com o hábito de Janja de divulgar suas atividades em redes sociais, como fez em viagens anteriores, como a de Roma em fevereiro de 2025, que custou ao menos R$ 260 mil aos cofres públicos. A visita de Lula ao Japão, entre 24 e 27 de março, tem como foco celebrar os 130 anos de relações diplomáticas entre Brasil e Japão e negociar a abertura do mercado japonês para carne bovina e suína brasileira, além de avançar em parcerias estratégicas com o primeiro-ministro Shigeru Ishiba e o imperador Naruhito.
A antecipação de Janja alimentou especulações e críticas, especialmente em um contexto em que o governo enfrenta cobranças por maior transparência nos gastos públicos. A revista Veja e o O Globo destacaram que, diferentemente de outras ocasiões, a primeira-dama optou por não compartilhar registros ou detalhes da viagem, enquanto o Gazeta do Povo sugeriu que a falta de divulgação poderia encobrir atividades pessoais. O Ministério das Relações Exteriores informou que a viagem de Lula incluirá uma comitiva empresarial, mas não esclareceu o papel de Janja nos dias que antecedem a chegada do presidente. Após o Japão, Lula seguirá para o Vietnã, mas não há indicação se Janja o acompanhará nessa etapa.