Um tribunal militar russo condenou o britânico James Scott Rees Anderson, de 22 anos, a 19 anos de prisão por sua participação em combates ao lado das forças ucranianas na região de Kursk. A sentença, anunciada em 5 de março de 2025 pelo 2º Tribunal Militar do Distrito Ocidental, em Kursk, acusa Anderson de “terrorismo” e “atividades mercenárias”, crimes que Moscou atribui a estrangeiros capturados lutando contra suas tropas. Ele cumprirá os primeiros cinco anos em uma prisão comum e o restante em uma colônia penal de alta segurança.
Anderson, ex-soldado do Exército Britânico, onde serviu no Royal Corps of Signals entre 2019 e 2023, foi capturado em novembro de 2024 durante a incursão ucraniana em Kursk, iniciada em 6 de agosto. Após deixar o exército e perder o emprego, ele se juntou à Legião Internacional da Ucrânia, unidade que reúne voluntários estrangeiros. Segundo o Comitê Investigativo Russo, Anderson atravessou ilegalmente a fronteira com um grupo armado, portando armas e explosivos, e cometeu “atos criminosos contra civis”. Vídeos divulgados por canais pró-Kremlin mostram-no algemado, admitindo culpa sob interrogatório — declarações que o Reino Unido contesta como obtidas sob coação.
A Rússia, que não reconhece combatentes estrangeiros como prisioneiros de guerra protegidos pela Convenção de Genebra, alega que Anderson agiu por compensação financeira, recebendo US$ 400 mensais e bônus por missões. Seu julgamento, realizado a portas fechadas entre 3 e 5 de março, incluiu o testemunho de um soldado ucraniano de sua unidade, mas detalhes da evidência permanecem obscuros. O governo britânico condenou a sentença como “falsa”, afirmando que ele é um prisioneiro de guerra e exigindo respeito às normas internacionais.
O caso reflete a postura dura de Moscou contra voluntários ocidentais na guerra, em um momento em que a Ucrânia mantém controle parcial de Kursk, apesar de contraofensivas russas apoiadas por tropas norte-coreanas. Enquanto o pai de Anderson, Scott, expressou temor de tortura em entrevistas ao Daily Mail, a condenação de 19 anos sinaliza a determinação russa em punir estrangeiros envolvidos no conflito, ampliando as tensões com o Ocidente.