Na segunda-feira, 3 de março de 2025, a primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, reafirmou a posição firme de seu governo ao rejeitar o envio de tropas italianas para a Ucrânia, em resposta a uma proposta conjunta da França e do Reino Unido para uma intervenção militar europeia no conflito com a Rússia. Durante uma entrevista coletiva em Roma, Meloni declarou: “Você pode ir — não com meus soldados”, segundo reportagens da ANSA e do Corriere della Sera. A declaração reforça a política cautelosa da Itália, que, sob sua liderança, tem priorizado apoio humanitário, financeiro e logístico à Ucrânia, mas evitado envolvimento direto em operações militares no terreno.
A proposta franco-britânica, apresentada em uma cúpula em Londres em fevereiro de 2025, sugeria o envio de forças europeias para treinar tropas ucranianas e, potencialmente, desempenhar papéis mais ativos no conflito, que completa três anos em 2025. No entanto, Meloni expressou dúvidas sobre a viabilidade e os riscos de escalada, afirmando: “Em minha opinião, isso é muito difícil de implementar e poderia levar a consequências imprevisíveis.” A Itália, que já contribui com cerca de 1,2 bilhão de euros em ajuda militar e humanitária à Ucrânia desde 2022, segundo dados do Ministério da Defesa italiano, prefere focar em sanções à Rússia e na reconstrução pós-guerra, alinhando-se com a maioria dos países da UE, mas mantendo distância de operações de combate.
A postura de Meloni reflete tanto preocupações internas — como a oposição pública à escalada militar, com 58% dos italianos contra o envio de tropas, conforme uma pesquisa do La Repubblica em janeiro de 2025 — quanto estratégicas, considerando a dependência energética da Itália do gás russo via Turquia. A França, sob Emmanuel Macron, e o Reino Unido, liderado por Keir Starmer, têm defendido uma postura mais assertiva, mas Meloni aproveitou a oportunidade para enviar um recado claro aos aliados: a Itália não será arrastada para o campo de batalha, priorizando a diplomacia e a estabilidade regional.