Senegal marcou um marco histórico ao entrar oficialmente na era do petróleo, com a Sociedade Africana de Refinaria (SAR) anunciando o sucesso no refino do primeiro óleo bruto do país, extraído do campo offshore Sangomar, na região centro-oeste. Em comunicado divulgado em fevereiro de 2025, a SAR declarou: “Estamos orgulhosos de anunciar o refino bem-sucedido do primeiro petróleo bruto de Senegal, Sangomar”. A empresa informou que, após testes bem-sucedidos e resultados consistentes, derivados como combustível e diesel estão sendo transferidos para áreas de armazenamento específicas, sinalizando um avanço significativo na integração da cadeia de valor petrolífera local.
De acordo com a SAR, 650 mil barris de óleo bruto foram processados, resultando na produção de 90 mil toneladas de produtos diversos, incluindo diesel, querosene, gasolina e gás butano. A operação teve início após Senegal começar a extrair petróleo em junho de 2024 no campo Sangomar, operado pela australiana Woodside Energy, que detém 82% do projeto em parceria com a estatal senegalesa Petrosen (18%). Além disso, o país ingressou na produção de gás natural em dezembro de 2024, em um campo compartilhado com a Mauritânia na fronteira marítima, consolidando sua posição como um novo participante no setor energético.
A produção de petróleo e gás de Senegal está destinada tanto à exportação quanto ao consumo interno, embora não deva alcançar os níveis de gigantes globais e africanos como a Nigéria. Ainda assim, as expectativas são altas: o campo Sangomar, com capacidade para 100 mil barris diários, pode gerar bilhões de dólares em receitas ao longo das próximas décadas, segundo estimativas do governo e da Petrosen. Esse influxo financeiro promete acelerar a transformação econômica do país, com projeções do Banco Africano de Desenvolvimento apontando um crescimento do PIB de 9,3% em 2024 e 10,2% em 2025, impulsionado por esses recursos naturais.