Durante o Seminário Internacional da Rota Bioceânica, realizado em Campo Grande, o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) apresentou, em 19 de fevereiro de 2025, o Plano Mestre Regional para a Integração e Desenvolvimento do Corredor Bioceânico de Capricórnio (PM-CBC). O documento, divulgado no segundo dia do evento, estabelece diretrizes para os governos regionais de Brasil, Paraguai, Argentina e Chile, com o objetivo de concretizar o corredor que conectará o Atlântico ao Pacífico.
O plano estrutura-se em três pilares principais: facilitação do comércio e processos transfronteiriços, infraestrutura física e digital voltada para cadeias de valor, e desenvolvimento produtivo e comercial local. Morgan Doyle, representante do BID, conduziu a apresentação, destacando o papel do banco como parceiro estratégico na integração da América do Sul. O projeto, financiado com US$ 600 mil pelo BID, foi elaborado em colaboração com autoridades de Mato Grosso do Sul, da província de Salta (Argentina), do departamento de Boquerón (Paraguai) e da região de Antofagasta (Chile).
A proposta visa mapear cadeias logísticas regionais, diagnosticar lacunas em infraestrutura e identificar oportunidades econômicas e sociais ao longo do trajeto de 3.320 km. Entre as prioridades estão a agilização de trâmites aduaneiros e o uso de tecnologias, como monitoramento digital de cargas, para garantir eficiência e segurança. O plano também considera os impactos ambientais e o fortalecimento de comunidades vulneráveis nas áreas abrangidas.
O seminário, que ocorreu entre 18 e 20 de fevereiro, reuniu mais de 1.400 participantes de 22 países, incluindo governadores, especialistas e empresários. A apresentação do PM-CBC foi um dos destaques, reforçando o avanço do corredor bioceânico, que terá marcos como a inauguração da ponte entre Porto Murtinho (MS) e Carmelo Peralta (Paraguai) em 2026. A iniciativa promete reduzir o tempo de transporte de cargas e ampliar a competitividade das exportações rumo ao mercado asiático.